domingo, 8 de agosto de 2010

Os meus diamantes

Os meus diamantes eu cuido com apreço. Á eles, dou importância, os tenho bem guardados, os tenho segurados.

Os meus diamantes são aquilo que eu tenho de mais valor.

Pode parecer clichê, mas tenho que dizer que meus sentimentos são mais valiosos que peças brilhantes.
Sentimentos?
Ah, que pieguice!

Não, nem combina muito comigo esta questão de "sentimentalismo".
O sentimento a que me refiro, são todas as sensações que vamos tendo ao logo do tempo. O sentir de verdade.
Sentir segurança ao estar do lado de um amigo fiel; aquele amigo que a gente sabe que pode estar desabando o mundo, mas  ainda assim ele vai transmitir toda a segurança prometida.
Que na pior roubada ele vai ser parceiro e  que posterior a isso, vão sentar-se em qualquer lugar e dar várias gargalhadas do ocorrido.

Sentimento do conforto familiar. Afinal, como negar que o colinho da mãe, ou a casa do avô reunida num final de semana com toda a família não é gostoso?

Sentir que a gente aprende a cada dia. Com uma ausência, com uma decepção, com uma incógnita, com uma conversa banal e até com um olhar.
Aprende coisas na vida que graduação não ensina, que MBA não especializa.


Tenho meus diamantes. Por estes tenho zelo.

Tenho diamantes que mesmo materiais com valor irrisório, prá mim são valiosas peças.
Uma prancha que não uso, uma foto de um pôr do sol mágico, um ticket de trem de uma estação em Paris, um livro de presente que nunca li, um souvenir da Bahia, uma camiseta que não serve, um chaveiro do Ceará.
E pra quem mais teria valor um cartão - postal comprado ás pressas numa estação rodoviária da cidade vizinha, senão a mim?
São  também estes os meus diamantes.

Tenho histórias que se contadas, comparar-se-ão a diamantes.
Tenho registros mais valiosos que peças lapidadas.
Tenho as minhas próprias lapidações.

Na verdade, a relação de ter / apreciar/ ostentar um diamanate, é tão análoga quanto dizer que os guardo em cofres ultra-mega secretos. Que quase não os vejo, não os "uso", mas eu sei que estão ali, eu sei do seu valor.
Há também aquelas peças que não são os diamantes, que a gente usa, adequa ao estilo, mas sabe que são por tempo limitado, pois "caem de moda".
São acessórios. Que fazem toda a diferença no "look", mas que sozinhas, sem uma composição, não brilham como o diamante.

Jamais compararia pessoas a peças raras ou não. Minha analogia segue em torno do que sentir quando se está com estas pessoas.

Porque não são as criaturas que ficam, tampouco as peças e sim o que nos proporcionam e vice-versa!
São as sensações!
Aqueles as quais sempre me refiro.
As fortes!

Assunto pra continuar o post (vai longe), mas por hoje tá de bom tamanho.

Martha Medeiros cronista do Jornal Zero Hora, dentre tantas outras atividades em publicações é uma escritora que me chama a atenção, pois ela consegue descrever intimamente bem sobre sensações, impressões e afins.


"Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos. Um filme mais ou menos, um livro mais ou menos. Tudo perda de tempo. Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoraçao ou seu desprezo. O que não faz mover um músculo, o que não faz vc estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia. " (Martha Medeiros)

Praia do Forte - Salvador / Bahia
Esta junto no cofre dos diamantes: um momento, vento!

Um comentário:

Anônimo disse...

farol da barra esta praia.