quarta-feira, 20 de maio de 2015

Amor livre


Um tanto quanto desconhecido pra mim, fui buscar uma definição -  ainda que vaga - pra esta concepção de amor livre, que vem sendo pregada pelo senso comum.
Segundo o Wikipédia:
O termo amor livre tem sido utilizado desde o século XIX para descrever o movimento social que rejeita o casamento e despreza esteriótipos e que acredita no amor sem posse, controle ou nome.”
Ainda assim esta definição não foi suficiente.
Segue mais um trecho:
“[...]o movimento pelo amor livre não defendia especificamente relações de curto-prazo ou a existência de múltiplos parceiros sexuais.[...]

Pois bem, parece então que esta moderna, embora ainda desconhecida forma de amar mereça tempos de conversas e entendimentos até que seja realmente aplicada.
Busco na raiz do meu questionamento, algo que possa sustentar esta minha ignorância quanto ao assunto.
Eu faço parte da grande maioria que nasceu,  cresceu, e teve sua criação baseada nos moldes familiares patriarcais.
Pai, mãe, irmãos, enfim, toda a sua árvore genealógica.
Embora tenhamos tempos modernos, com famílias de dois pais, duas mães, um pai só, uma só mãe, posso acreditar que independente desta “formação familiar”, o que sustenta este laço, é o amor.

O amor livre, no meu conceito, é o sentimento que se tem pelo outro, que mesmo não o tendo perto de si, ainda assim nutre o amor. Amor este que é sustentado pelo carinho, respeito, preocupação, esforço, risos, lágrimas e tantas outras formas.
Isso vem ao encontro da primeira citação que fiz acima, encontrada na “biblioteca virtual’ Wikipédia: “Amor sem posse, sem controle ou nome”
Até aí ok.

Mas para que haja este amor livre, não é simplesmente você dizer que não existe posse, não existe documento que obrigue duas pessoas a ficarem juntos, se não em razão de sentimento.
È necessário que exija-se respeito!
Senão vira bagunça.
Vejo pessoas pregarem o amor livre, mas não entenderam que isso significa viver de fato este amor, e não esperar isso apenas do amado.
Exemplo prático disso é quando um ser diz amar outro, sem posse, sem controle, mas inconsciente diz: “é meu namorado, é meu marido”.
Pronto, se já diz que é seu, é porque considera sua posse sim.

Outro exemplo de amor livre, e este falido, é o de haver o machismo escondido nestas entrelinhas, onde o boy prega o amor livre, para que não haja vínculos, não haja ciúmes, não haja cobranças, mas ao ver-se numa situação onde a girl quer também viver este amor livre, ele sente-se “traído”.
Oras bolas, quer dizer então que são dois pesos e duas medidas?
Vivemos num mundo que a era pratiarcal não foi ainda eliminada do contexto de sociedade. Era machista (e não que eu seja feminista), mas uma era onde a mulher se envolve emocionalmente enquanto o homem tem de evitar vínculos de afeto, para não parecer piegas.
Sendo assim, vejo que supostamente o homem tem o direito do amor livre, sem comprometimento, enquanto que a mulher, pra não cair no campo da promiscuidade, não pode aderir ao amor livre.
Há uma linha tênue entre estas definições de amor livre, que por desconhecimento ou egoísmo vem sendo erroneamente disseminada.
A meu ver, trata-se de  armadilha substituir o amor romântico pela idealização do amor livre, haja vista que isto não resolve os problemas de relacionamentos. Talvez até crie outros, que se não medidos, podem cair numa “ corrente” de problemas.

Em concordância com a segunda citação do Wikipédia acima, o amor livre não prega promiscuidade, vários parceiros, mas isto alguns “pregadores da palavra” não entenderam.
Amor livre pra uns, pode ser do tipo que ama, mas tem desejos de estar com outros parceiros sexuais para sanar suas necessidades. Ama, mas se aparecer outra coisa melhor, “desama”.
Amor livre pode ser ainda, uma coisa de não haver responsabilidades de vida a dois de ajudar o parceiro, de ouvi-lo, de cuidá-lo.
Assim mesmo, sendo chamado de coisa.
Porque para uns, amor livre é como uma coisa, e não como um sentimento.

Diante dessa observação, eu concluo que eu não vivo a era do amor livre não.
Porque se eu tenho um parceiro, se escolhi estar ao lado dele e ter intimidades de uma vida a dois, de acompanhá-lo, cuidá-lo,  eu exijo respeito.
E se exigir respeito é cobrança, que por sua vez é posse, então eu não vivo o amor livre mesmo.

Amor livre prá mim, é dedicar sim meu amor a uma única pessoa (eu não consigo me apaixonar por duas pessoas ao mesmo tempo) , livre de possessividade (estou tentando), e livre de machismo.
Amor livre prá mim é não ter regras, padrão, formalidades, mas sim respeito.
Pode ter papel (certidão de casamento), pode ter alianças, ou pode simplesmente ter o brilho nos olhos.
Mas o que não pode, é desrespeitar o sentimento alheio.

Este tal de amor livre, há de gerar vários questionamentos, pois tem vertentes que podem ser discutidas.
Há que saber que existem pessoas com sentimentos, outras sem, que a sociedade moderna talvez ainda não esteja preparada, que as relações monogâmicas ou poli podem ser vividas porque quem as escolher, que existe machismo, existe falso moralismo, e que isto interfere sim neste “amor livre", entendido por uns e desconhecido pra outros.

È assunto amplo, que eu arrisco apenas dar  minha opinião sobre meu ponto de vista.
E este ponto de vista pode mudar, afinal, só não muda de opinião quem não tem.

Mas quer mesmo saber? 
Prá mim o amor é livre quando não há amarras, e sim quando existe a vontade de ficar. E ficar pra somar, pra respeitar e pra evoluir.




terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Mais uma declaração de amor a ele


Todos nós morreremos um dia.
Esta é a única certeza que temos na vida.
E eu tenho mais uma certeza: que morrerei cheia de sardas, de rugas, com a pele felizmente sofrida pelo sol.

Sei o quanto a exposição aos raios ultra violetas e outros raios mais fazem mal á pele.
Mas sei também que o sol é uma fonte de vitaminas que cura males como a angústia e outros mais. Confesso que nem pesquisei sobre isso. É um relato pessoal mesmo.
E apesar de saber dos males causados pela exposição ao sol, eu prefiro me expor.

Prefiro olhar no espelho e ver minhas marcas de sol, mas lembrar dos dias vividos sob sua  luz.
Praia do Futuro, Fortaleza/CE

Prainha, Aquiraz/ CE 
Jericoacoara, CE 

Praia do Futuro, Fortaleza /CE 
Praia Mole, Floripa / SC






Prefiro lembrar dos dias caminhados na beira-mar com solzão de torrar.
Porto Seguro, Bahia 
Prainha, Aquiraz /CE



Montezuma, Costa Rica

Lembrar daqueles dias nos festivas onde o sol judiava e um coqueiro e  guarda sol valiam mais que ouro.

Ziohm, Aquiraz, CE 

Universo Paralello 12, Pratigi, Bahia
Lembrar daquele solzinho no inverno, que aquecia o corpo, diria até que a alma.

São José dos Ausentes, RS

Morro da TV, Criciúma


Lembrar do sol me acordando tantas vezes pela manhã, na barraca, na pousada, numa janela qualquer.
São José dos Ausentes, RS 

Céu de Recife

Turvo, SC 


Lembrar daquele sol que reunia pessoas para vê-lo se despedir de mais um dia.
Dunas do Pôr do Sol, Jericoacoara/CE 

Santa Tereza, Costa Rica 

Tamarindo, Costa Rica
Lembrar do nascer do sol amanhecendo numa festa. E quantos assim foram...ai ai.

Prainha Xanahi



Orion, Porto Alegre 

Festival Blue Beats, Santa Maria /RS 


Quantos “Sunrise” e “sunsets” vividos, guardados nas lembranças e no coração.

















Ele é vida, ele é o astro Rei.

sábado, 31 de janeiro de 2015

Ainda que platônica, era paixão.

Era paixão
Ainda que fosse platônica
Mas era paixão.
Daquelas que de querer se fundir ao outro.

A paixão é cega
E corta e sangra
Se não sangrou, paixão não era.

A paixão tem cor
Ela é vermelha, roxa
Ela é quente,  é forte.

E os verdadeiros apaixonados são assim:
Desmedidos, intensos, vorazes
Diferente do amor
Ah, o amor é outra história.

Eu falo de paixão
Do objeto de desejo
Do  desejo constante
Do querer, do sentir, do salivar.

Ainda que fosse platônica
Era paixão
Era sonho,
E talvez  realidade.

Mas ela acabou
Se foi sem de fato ter se aproximado
Foi da mesma forma que chegou
Do nada.

Dos olhos puxados,
A lembrança do imaginário que nuca aconteceu
E o lamento
Da falta do toque, do suor, da saliva.

Sim, era paixão
Daquelas que não se explica
Se vive, se sente.

Era ela, a paixão
Platônica  paixão.
Que por não acontecer
Partiu no vácuo de sei lá o que.

Da paixão morremos muito
E da paixão vivemos sempre!
Que seja assim, do que nunca haver sentido
O gosto doce/amargo de uma paixão.






terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Experiências e aprendizados...assim seja!

2014 se vai e com ele todas as experiencias vividas.
Elas  se vão, mas ficam seus ensinamentos.

Desenvolver o perdão, na mais pura essência.
Quando alguém nos fere, é de impulso que nossa reação é ficar magoado, remoer o mal e deseja-lo a quem o causou. 
Porém vivenciando a experiência do perdão, senti na pele o quão libertador é dissolver qualquer mágoa e qualquer pensamento ruim a quem quer que seja. Mas há que lembrar que perdoo, mas não dou abertura para que façam de novo.

Fazer doação / caridade sem promoção.
Descobri vivendo isso, que doar e fazer caridade é muito mais prazeroso quando fazemos sem a intenção de promover-se através disso. O resultado dos sorrisos, do abraço de agradecimento é glorioso e não há valor que pague essa retribuição.

Fazer o bem sem olhar a quem e sem esperar nada em troca.
Faça, independente se o receptor deste bem for alguém ingrato.
Faça, não importa a quem. Faça de coração. Se a ingratidão do outro lhe ferir, pense que ele sofre por isto também. por não entender, não conhecer este ato e não saber como agradecer.
Confesso que não é fácil. Porque as vezes faço um esforço enorme para atender o outro, e este  age com tamanha ingratidão que machuca. Mas tenho me libertado dessa angústia chamada ingratidão.

Aceitar a disparidade entre o que eu faço e o que eu gostaria de fazer
Há certas situações na vida que devemos aceitar de momento e não ficar lutando contra. Isso não se trata de comodismo e sim de adequar-se ao mundo real e INFELIZMENTE capitalista.
Por dias sofri muito querendo estar num ambiente zen, sem trânsito, sem ordens, sem ter a moeda corrente como mola propulsora dos dias investidos numa sala.
Hoje vejo de outra forma. Aceitei que é necessário nesta etapa da vida e troquei esta mola propulsora por uma motivação, pelo desempenho e crescimento. 
A conscientização do necessário em busca da realização de projetos e sonhos versus uma liberdade surreal.

Não julgar em situação nenhuma.
Vi e ouvi tantos julgamentos que feriram quando o "julgado"  não se fazia presente para promover sua defesa.
Isso  doeu muito e aquilo que um dia eu já fiz, pedi tanto a libertação, que hoje faço menos. Não quer dizer que não julgue, pois quando eu observo um comportamento diferente do meu e discorro sobre, já estou julgando. Mas falo daquele julgamento de apontar, de denegrir, sem ao menos saber do que se trata e sem saber da vida do outro. Já devo ter feito, mas o erro serve de lição. 

E pro falar em erro.
Admitir os erros cometidos. Admitir, arrepender-se e aprender. Deve ser pra isso que erramos. para que possamos analisar as causas e não cometer os mesmos. Posso errar de outras formas, mas não gostaria que fosse sempre a mesma.

Entender o outro.
Procurar ver o porque a pessoa age de uma maneira ruim, tentar colocar-se no lugar dela. Talvez alguém lhe faça o mal, porque é só isto que tem pra oferecer. Ao invés de lutar contra isso, procuro entender para não criar atritos e talvez até tentar ajudar. 
Esta é a prática da empatia, de colocar-se no lugar do outro para imaginar como ele se sente. 
Amenizei várias situações desconfortáveis quando passei a agir desta forma. Confesso que de uma ou outra não consegui escapar, mas serviu de aprendizado.

Respeitar.
Respeitar as diferenças de pontos de vista, respeitar as opções sexuais de cada um, os desejos, as fraquezas, os infortúnios, os devaneios.

Admirar, sem invejar.
Esta é uma atitude muito nobre minha, que já desenvolvo há muito tempo, mas sempre continuo agindo assim: Quando vejo alguém realizado, profissional, pessoal, financeiro, espiritual, seja qual for a área da sua vida, eu admiro. mas não tenho inveja. Tenho como exemplo; Porque ninguém tem nada de graça. Acredito que os resultados são frutos de uma semente bem plantada, bem regada e é justo que os colha de forma saudável.

Amar, abraçar, se doar.
Apreciar e acima de tudo agradecer.
Agradecer pelas glórias, pelas batalhas e pelas perdas que me ensinaram e  fortaleceram.

Bom, eu ficaria linhas e linhas discorrendo sobre os aprendizados, as dores e os sabores vividos , mas acredito que por hora basta.

Evidente que tudo isso fora vivido este ano, mas é reflexo de uma vida toda.
Foi vivido este ano, ano passado, retrasado e assim regressivamente nos anos anteriores.
São as experiências de vida; estas que nos tornam quem somos.

Hoje eu escrevo para mim. Para ter uma referência e quem sabe um dia, quando voltar a ler este texto, eu possa ver o quanto mais eu evolui nos aprendizados da vida.

Que assim seja sempre.

Que eu me machuque, mas que eu me cure.
Que eu aprenda e compartilhe.
Que eu viva e incentive os demais a isso:
A viver em abundância.
Que viva os deveres, mas também os prazeres.
Que eu evolua, aliás, que nós possamos evoluir juntos.

No mais,  happy end 2014.



quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Forever alone? que nada!

"Mas Grazie, te vejo sozinha por ai, qual é o problema? Porque não tem alguém?"


A pergunta é bem comum. A minha resposta mais ainda.
Cabe até uma citação que me identifico:

"A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo."(Fernando Pessoa)

Eu não vejo problema algum na solitude.
Digo nela, esta solitude propriamente dita, onde eu conceituo não só estar sozinha, mas sentir-se sozinha.

Vivo rodeadas de pessoas. Família, colegas de trabalho, amigos, conhecidos, pedestres.
Mas confesso que muitas vezes me sinto só.

Isto dá-se pela motivo de que nem sempre minhas idéias são compatíveis com as demais.
Por exemplo: Sobre estar fisicamente sozinho.

Optei por estar sozinha neste momento da vida, sem um parceiro, namorado, "peguéti".
Sim, por opção e não por fata de.

Vejo casais felizes no facebook, vejo meus amigos felizes saindo em casais e eu saio com eles.
Isto não me deixa nem um pouco constrangida. Tampouco me deixa com inveja.
Na verdade eu gosto de ver estes casais amigos felizes.
Eu os respeito acima de tudo. Respeito qualquer relação entre duas pessoas e não me intrometo.
Entendo que não devemos interferir na harmonia de um casal.
Eles tiveram o seu momento, encontraram uma pessoa pra compartilhar, pra somar, pra dividir.
É justo e eu admiro.

Admiro, mas juro por Deus, não invejo.

Sei que vai chegar a minha hora de dividir, somar, compartilhar com alguém.

Enquanto isso, eu ando só, no meio de tantos.
Cantava Humberto Gessinger: "ando só, como se voasse em bando".

E não faço aquele tipo: "solteiro sim, sozinho nunca".
Sou solteira sim e sozinha sim, porque não.

Faço tudo o que eu gostaria de fazer. Claro, dentro das minhas possibilidades financeiras e de tempo.

Sou afortunada, por ter amigos que me chamam pra sair pra festa, pra jantar, pra conversar.
Sou afortunada porque tenho uma família que me dá suporte, conselho e amor.
Mas sou mais afortunada ainda, por aceitar que não preciso de uma bengala pra seguir a caminhada da vida.

Bengala?
Sim, alguém que você precisa "se escorar" pra andar.
Acho isso lastimável! Ter alguém só pra não dizer-se sozinho.
Ter alguém que lhe maltrata, mas ter alguém.
Ter alguém que lhe desvaloriza, que lhe machuca, mas ainda assim poder dizer que ter alguém.

Saber viver saudavelmente sozinha, é uma delícia.

Viajar, fazer auto conhecimento, conhecer outras pessoas, outras culturas.
Dá-se ao seu tempo, ás suas vontades.

Evidente que toda escolha tem o ônus e o bônus.
Poder sair pra onde quiser sem dar satisfações, é um exemplo de bônus. Enquanto que não ter um companheiro pra dividir um momento de alegria ou tristeza, é o ônus.
Pra toda escolha, uma renúncia.

E na falta de uma companhia, faz-se o que?

Aprimora-se, cuida-se, alimenta-se. Não só o corpo, mas o espírito.
Prepara-se, evolui-se para entender-se e , posteriormente entender o outro.
Ama-se.

Porque se amando, é muito mais prazeroso amar o outro.

Sabendo aproveitar esta fase com coerência, com paciência, com outras "ências", esta tal de carência, é facilmente suprida.

Não digo que adoro estar só. Mas também não afirmo que preciso de alguém agora.
Vivo, tranquila, da maneira que é possível no momento.
Falo em momento, em agora, porque é circunstancial este estado de estar sozinha.
Porém não sou uma adepta dramática do  "forever alone".

To aqui, de boa, na pixta, como dizem.
Não espero o príncipe encantando.
Mas espero encontrar alguém tão interessante quanto as coisas que eu já faço sozinha.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Evolucionar-se!

Eu tentava me explicar, ou na realidade me convencer disso que acabara de descobrir.
Não descobrir o fato - este já havia sido descoberto - mas o ato.
O porquê de realizar as situações de tal forma.

A verdade é que eu vejo mais que um caminho .
Talvez minha mente esteja retorcida, confusa até eu diria, mas esta sendo enriquecedor ao meu ponto de vista pensar desta forma.

Distinguir uma simples idéia, daquilo que eu vejo com uma evolução.

Porque eu queria entender que evolução era esta, onde apenas a aquisição é sinônimo de evolucionar.
Eu vou me formar, e vou comprar um carro, e depois uma casa e depois  fazer uma pós graduação, e depois trocar de carro, e  por unha postiça, e comprar aquela bolsa de couro legítimo, e a sandália da moda.
Sim, este é um ponto de vista de evolução. Que eu acho bem bacana. Adquirir o objeto do desejo.
Mas é mais que isso.

Eu não vim pra cá para este mundo passar trabalho, acordar as 6:30 da manhã rotineiramente, passar um dia lindo de sol dentro de uma sala, apenas para adquirir meus bens materiais.
Eu não vim pra cá só pra trabalhar, consumir e pagar. Ah, e o mais importante, ostentar (está em alta).
Eu vim pra aprender, e com este aprendizado, evoluir. A minha alma, o meu entendimento, o meu ser.
Eu vim aprender.
Aprender a conviver, a ser gentil, ser ouvinte, ser honesta, ser esforçada, a suar a camisa não só pelo dinheiro, mas pela causa.

Pra isto eu me entrego. 
Disponho-me a conhecer, a viver, a sorrir, a amar, a ajudar, a errar, a perdoar e a sentir dor.
É, dor mesmo. Porque infelizmente é na dor onde o aprendizado é redundantemente mais aprendido.
Lembra quando a mãe da gente dizia assim: "Se não aprende no amor, vai na dor".
Eu concordo. Muito embora prefira que seja no amor, na doçura, no carinho. 
Mas é na dor, no rasgar da pele, no barulho da mente inquieta, do coração apertado, é que o aprendizado é materializado pro plano real. O sentir de fato.

Abro um  parênteses pra falar brevemente sobre a dor.
Não estamos mais acostumados a sentir dor. Nem física e nem emocional.
Para a dor física, no primeiro sinal de dor de cabeça já tomamos imediatamente um analgésico.
Para a emocional, não nos damos ao direito de curtir uma fossa, de aquietar-se numa daquelas "bads" geradas por motivos tão pessoais que ás vezes você não quer falar, só sentir.
Você não tem o direito. Tem logo que reagir a toda adversidade, colocar uma roupa bem linda, sair por aí, segurar um copo na mão e sorrir, como se seu coração estivesse ali vibrante, quando na verdade ele está ali, prostrado.
Não, não devemos nos dar este direito.
"Reage bonita, o tempo voa e não devemos perde-lo com o que não deu certo e causou dor!"
Oras, será que eu posso errar? E quem sabe com isso melhorar em alguns aspectos? Infelizmente a dor nos mostra uma forma de não cometer o mesmo ato, já que não  deseja-se o mesmo resultado.
Ou você queima a roupa duas vezes no mesmo lugar quando vai passá-la?
Fecha parênteses.

E um dos caminhos da evolução é entender e aceitar este estado de impermanência.
Hoje eu posso estar com dor, mal, por algum fato externo ocorrido. 
Mas isso não perdura por todo o sempre. Até porque eu não me permito ficar no "mimimi" por longo período. Mas ele acontece. Ainda que conciso, mas acontece.
Logo você se recupera e sorri, e respira aliviada. Ah, passou!"
E "amanhã" você esta melhor e até feliz.

O que muitos chamam de bipolaridade, eu chamo de impermanência.
Porque  não há prazer e nem dor que não se acabe.
Uma vez na vida que seja, vai haver um e outro.
E aceitar isso, é aceitar-se a si, e dar-se o direito de viver pra sentir.

E evolução que me refiro, é aprender a partir de uma situação, é melhorar em você mesmo algo que lhe causa descontentamento, algo que alguém lhe disse: você  nasceu pra ser assim. É característica genética, ou do seu horóscopo, ou de outra fonte.
Mas eu posso evoluir uma caracteristica que eu não gosto em mim. Eu posso melhorar.
Também não sou somente o que acontece comigo. Eu sou o resultado daquilo que eu escolho ser.

Eu tenho o direito de associar a minha personalidade a uma forma que me faz sentir mais leve, mais realizada e mais feliz.

E eu chamo isso de evoluir.
De tratar em você aquilo que lhe desagrada, que fere ; a si e aos outros.
Evoluir para uma tirar lição e entender o porquê de uma situação ocorrer de tal forma, de aceitar uma culpa,  de resolvê-la e dissolver. De digerir o mal estar, de entender as subtrações e agradecer as adições. Esta louca matemática da vida, que oras soma, oras diminui.

É pra isto que eu vim, que você também veio.
Pra conhecer a vida e a vida em abundância. Muito mais que aquisição do material. Aquisição do seu conhecimento, de si, do porquê e do pra quê.

Talvez este tenha sido mais um vago amontoado de palavras.
Talvez.

Talvez seja um momento de compreender.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Eu sou antiga sim!

Cheguei a conclusão de que não estou enquadrada neste mundo moderno.
Tenho valores que preservo, que não condizem com a realidade atual.

Falo de sentimentos.
Agradeço quando recebo algo.
Retribuo aquilo que recebo, sempre que possível.
Peço licença.
Abuso do por favor.
Cumpro quando prometo.
Assumo quando contrato.
Respeito o sentimento do próximo.
E quando ultrapasso, me chicoteio por isso.


Acredito que  devemos respeitar os relacionamentos alheios e não intrometer-se nesta relação.
Prezo pela conversa olhando nos olhos e não discussões via whattsapp.
Prefiro resolver mal entendidos do que deixar isso vagando no tempo.

Choro.
Demonstro o quão estou infeliz.

Ocorre que na era de exposição exacerbada em redes sociais,  vemos vários sorrisos e relacionamentos felizes sendo construídos á base de mentiras.

E não concordo que seja  um desafio  postar foto sem make em rede social, que isso vá mostrar a real face de alguém.
Quero ver postar o caráter, a verdade.

Eu sofro com esta sociedade que me proíbe de ser verdadeira.
Sim, eu danço conforme a música dela, mas confesso que isso me angustia. Sem hipocrisia.

Tenho que prender a minha língua, para não ofender, não magoar.
Embora eu acredite que falar, por pra fora, esclarecer, seja doloroso no ato, mas posterior, é muito mais gratificante. A resolução, o perdão (ou não) vale mais que a ilusão.

Ouvi certa vez de um colega, que dizia que "se você quer ter amigos verdadeiros, não pode dizer sempre a verdade."
Oras, mas eu não vejo veracidade nessa relação baseada em mentiras.

Eu minto sim, omito sim, faço parte desse conjunto da sociedade moderna de postagens e etc.
Vivo nela, me adaptei a ela.
Mas fico incomodada.

Isto porque ter princípios morais está fora de moda.
Caiu em desuso.
Em um país de corruptos, devolver o dinheiro quando recebe o troco errado é burrice.
Mostrar-se frágil é babaquice.
Querer conversar ás claras é agressivo.
Que falar mal na ausência daquele que precisa ou pode se defender é normal.
Vejo uma inversão de valores absurda!

Mas sou eu que vejo assim. 
Eu sou antiga, demodê, ultrapassada.

Quanto aos atos e atitudes, vejo que estamos num passo para voltar ao tempo dos indígenas.
Usamos poucas roupas, (alguns, quase nada).
Falamos errado, escrevemos pior ainda (e a atual reforma ortográfica só vem pra piorar)
Não respeitamos mais os sentimentos, somos movidos apenas por desejos carnais, onde todos "se pegam" e tá tudo certo.
Não vejo outra alternativa a não ser esta de sermos índios modernos cibernéticos.

Quanto a realidade, vamos esconder.
O lance é se esconder, sempre!
Atrás de risos superficiais, de maquiagens, de filtros, de falsos abraços.

Não acho que nossa vida deve ser um livro aberto á todos, em absoluto, não é isto.
Mas HOJE, eu aprendi e gostaria de disseminar este aprendizado.
Que se queremos realmente viver em harmonia com o nosso próximo, e digo : aqueles bem próximos, que você considera amigo, tem de haver clareza.
Clareza de informação, de sentimentos, de atos.
Ou então iremos viver de suspeitas, de achismos, de jogos.

Escolhemos, isto ou aquilo.

Ainda temos o livre arbítrio , então que saibamos fazer nossas escolhas.

Hoje eu penso assim, talvez amanhã mude de idéia.
E além do mais, RESPEITEMO-NOS, esta é só minha opinião.