terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Experiências e aprendizados...assim seja!

2014 se vai e com ele todas as experiencias vividas.
Elas  se vão, mas ficam seus ensinamentos.

Desenvolver o perdão, na mais pura essência.
Quando alguém nos fere, é de impulso que nossa reação é ficar magoado, remoer o mal e deseja-lo a quem o causou. 
Porém vivenciando a experiência do perdão, senti na pele o quão libertador é dissolver qualquer mágoa e qualquer pensamento ruim a quem quer que seja. Mas há que lembrar que perdoo, mas não dou abertura para que façam de novo.

Fazer doação / caridade sem promoção.
Descobri vivendo isso, que doar e fazer caridade é muito mais prazeroso quando fazemos sem a intenção de promover-se através disso. O resultado dos sorrisos, do abraço de agradecimento é glorioso e não há valor que pague essa retribuição.

Fazer o bem sem olhar a quem e sem esperar nada em troca.
Faça, independente se o receptor deste bem for alguém ingrato.
Faça, não importa a quem. Faça de coração. Se a ingratidão do outro lhe ferir, pense que ele sofre por isto também. por não entender, não conhecer este ato e não saber como agradecer.
Confesso que não é fácil. Porque as vezes faço um esforço enorme para atender o outro, e este  age com tamanha ingratidão que machuca. Mas tenho me libertado dessa angústia chamada ingratidão.

Aceitar a disparidade entre o que eu faço e o que eu gostaria de fazer
Há certas situações na vida que devemos aceitar de momento e não ficar lutando contra. Isso não se trata de comodismo e sim de adequar-se ao mundo real e INFELIZMENTE capitalista.
Por dias sofri muito querendo estar num ambiente zen, sem trânsito, sem ordens, sem ter a moeda corrente como mola propulsora dos dias investidos numa sala.
Hoje vejo de outra forma. Aceitei que é necessário nesta etapa da vida e troquei esta mola propulsora por uma motivação, pelo desempenho e crescimento. 
A conscientização do necessário em busca da realização de projetos e sonhos versus uma liberdade surreal.

Não julgar em situação nenhuma.
Vi e ouvi tantos julgamentos que feriram quando o "julgado"  não se fazia presente para promover sua defesa.
Isso  doeu muito e aquilo que um dia eu já fiz, pedi tanto a libertação, que hoje faço menos. Não quer dizer que não julgue, pois quando eu observo um comportamento diferente do meu e discorro sobre, já estou julgando. Mas falo daquele julgamento de apontar, de denegrir, sem ao menos saber do que se trata e sem saber da vida do outro. Já devo ter feito, mas o erro serve de lição. 

E pro falar em erro.
Admitir os erros cometidos. Admitir, arrepender-se e aprender. Deve ser pra isso que erramos. para que possamos analisar as causas e não cometer os mesmos. Posso errar de outras formas, mas não gostaria que fosse sempre a mesma.

Entender o outro.
Procurar ver o porque a pessoa age de uma maneira ruim, tentar colocar-se no lugar dela. Talvez alguém lhe faça o mal, porque é só isto que tem pra oferecer. Ao invés de lutar contra isso, procuro entender para não criar atritos e talvez até tentar ajudar. 
Esta é a prática da empatia, de colocar-se no lugar do outro para imaginar como ele se sente. 
Amenizei várias situações desconfortáveis quando passei a agir desta forma. Confesso que de uma ou outra não consegui escapar, mas serviu de aprendizado.

Respeitar.
Respeitar as diferenças de pontos de vista, respeitar as opções sexuais de cada um, os desejos, as fraquezas, os infortúnios, os devaneios.

Admirar, sem invejar.
Esta é uma atitude muito nobre minha, que já desenvolvo há muito tempo, mas sempre continuo agindo assim: Quando vejo alguém realizado, profissional, pessoal, financeiro, espiritual, seja qual for a área da sua vida, eu admiro. mas não tenho inveja. Tenho como exemplo; Porque ninguém tem nada de graça. Acredito que os resultados são frutos de uma semente bem plantada, bem regada e é justo que os colha de forma saudável.

Amar, abraçar, se doar.
Apreciar e acima de tudo agradecer.
Agradecer pelas glórias, pelas batalhas e pelas perdas que me ensinaram e  fortaleceram.

Bom, eu ficaria linhas e linhas discorrendo sobre os aprendizados, as dores e os sabores vividos , mas acredito que por hora basta.

Evidente que tudo isso fora vivido este ano, mas é reflexo de uma vida toda.
Foi vivido este ano, ano passado, retrasado e assim regressivamente nos anos anteriores.
São as experiências de vida; estas que nos tornam quem somos.

Hoje eu escrevo para mim. Para ter uma referência e quem sabe um dia, quando voltar a ler este texto, eu possa ver o quanto mais eu evolui nos aprendizados da vida.

Que assim seja sempre.

Que eu me machuque, mas que eu me cure.
Que eu aprenda e compartilhe.
Que eu viva e incentive os demais a isso:
A viver em abundância.
Que viva os deveres, mas também os prazeres.
Que eu evolua, aliás, que nós possamos evoluir juntos.

No mais,  happy end 2014.



quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Forever alone? que nada!

"Mas Grazie, te vejo sozinha por ai, qual é o problema? Porque não tem alguém?"


A pergunta é bem comum. A minha resposta mais ainda.
Cabe até uma citação que me identifico:

"A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo."(Fernando Pessoa)

Eu não vejo problema algum na solitude.
Digo nela, esta solitude propriamente dita, onde eu conceituo não só estar sozinha, mas sentir-se sozinha.

Vivo rodeadas de pessoas. Família, colegas de trabalho, amigos, conhecidos, pedestres.
Mas confesso que muitas vezes me sinto só.

Isto dá-se pela motivo de que nem sempre minhas idéias são compatíveis com as demais.
Por exemplo: Sobre estar fisicamente sozinho.

Optei por estar sozinha neste momento da vida, sem um parceiro, namorado, "peguéti".
Sim, por opção e não por fata de.

Vejo casais felizes no facebook, vejo meus amigos felizes saindo em casais e eu saio com eles.
Isto não me deixa nem um pouco constrangida. Tampouco me deixa com inveja.
Na verdade eu gosto de ver estes casais amigos felizes.
Eu os respeito acima de tudo. Respeito qualquer relação entre duas pessoas e não me intrometo.
Entendo que não devemos interferir na harmonia de um casal.
Eles tiveram o seu momento, encontraram uma pessoa pra compartilhar, pra somar, pra dividir.
É justo e eu admiro.

Admiro, mas juro por Deus, não invejo.

Sei que vai chegar a minha hora de dividir, somar, compartilhar com alguém.

Enquanto isso, eu ando só, no meio de tantos.
Cantava Humberto Gessinger: "ando só, como se voasse em bando".

E não faço aquele tipo: "solteiro sim, sozinho nunca".
Sou solteira sim e sozinha sim, porque não.

Faço tudo o que eu gostaria de fazer. Claro, dentro das minhas possibilidades financeiras e de tempo.

Sou afortunada, por ter amigos que me chamam pra sair pra festa, pra jantar, pra conversar.
Sou afortunada porque tenho uma família que me dá suporte, conselho e amor.
Mas sou mais afortunada ainda, por aceitar que não preciso de uma bengala pra seguir a caminhada da vida.

Bengala?
Sim, alguém que você precisa "se escorar" pra andar.
Acho isso lastimável! Ter alguém só pra não dizer-se sozinho.
Ter alguém que lhe maltrata, mas ter alguém.
Ter alguém que lhe desvaloriza, que lhe machuca, mas ainda assim poder dizer que ter alguém.

Saber viver saudavelmente sozinha, é uma delícia.

Viajar, fazer auto conhecimento, conhecer outras pessoas, outras culturas.
Dá-se ao seu tempo, ás suas vontades.

Evidente que toda escolha tem o ônus e o bônus.
Poder sair pra onde quiser sem dar satisfações, é um exemplo de bônus. Enquanto que não ter um companheiro pra dividir um momento de alegria ou tristeza, é o ônus.
Pra toda escolha, uma renúncia.

E na falta de uma companhia, faz-se o que?

Aprimora-se, cuida-se, alimenta-se. Não só o corpo, mas o espírito.
Prepara-se, evolui-se para entender-se e , posteriormente entender o outro.
Ama-se.

Porque se amando, é muito mais prazeroso amar o outro.

Sabendo aproveitar esta fase com coerência, com paciência, com outras "ências", esta tal de carência, é facilmente suprida.

Não digo que adoro estar só. Mas também não afirmo que preciso de alguém agora.
Vivo, tranquila, da maneira que é possível no momento.
Falo em momento, em agora, porque é circunstancial este estado de estar sozinha.
Porém não sou uma adepta dramática do  "forever alone".

To aqui, de boa, na pixta, como dizem.
Não espero o príncipe encantando.
Mas espero encontrar alguém tão interessante quanto as coisas que eu já faço sozinha.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Evolucionar-se!

Eu tentava me explicar, ou na realidade me convencer disso que acabara de descobrir.
Não descobrir o fato - este já havia sido descoberto - mas o ato.
O porquê de realizar as situações de tal forma.

A verdade é que eu vejo mais que um caminho .
Talvez minha mente esteja retorcida, confusa até eu diria, mas esta sendo enriquecedor ao meu ponto de vista pensar desta forma.

Distinguir uma simples idéia, daquilo que eu vejo com uma evolução.

Porque eu queria entender que evolução era esta, onde apenas a aquisição é sinônimo de evolucionar.
Eu vou me formar, e vou comprar um carro, e depois uma casa e depois  fazer uma pós graduação, e depois trocar de carro, e  por unha postiça, e comprar aquela bolsa de couro legítimo, e a sandália da moda.
Sim, este é um ponto de vista de evolução. Que eu acho bem bacana. Adquirir o objeto do desejo.
Mas é mais que isso.

Eu não vim pra cá para este mundo passar trabalho, acordar as 6:30 da manhã rotineiramente, passar um dia lindo de sol dentro de uma sala, apenas para adquirir meus bens materiais.
Eu não vim pra cá só pra trabalhar, consumir e pagar. Ah, e o mais importante, ostentar (está em alta).
Eu vim pra aprender, e com este aprendizado, evoluir. A minha alma, o meu entendimento, o meu ser.
Eu vim aprender.
Aprender a conviver, a ser gentil, ser ouvinte, ser honesta, ser esforçada, a suar a camisa não só pelo dinheiro, mas pela causa.

Pra isto eu me entrego. 
Disponho-me a conhecer, a viver, a sorrir, a amar, a ajudar, a errar, a perdoar e a sentir dor.
É, dor mesmo. Porque infelizmente é na dor onde o aprendizado é redundantemente mais aprendido.
Lembra quando a mãe da gente dizia assim: "Se não aprende no amor, vai na dor".
Eu concordo. Muito embora prefira que seja no amor, na doçura, no carinho. 
Mas é na dor, no rasgar da pele, no barulho da mente inquieta, do coração apertado, é que o aprendizado é materializado pro plano real. O sentir de fato.

Abro um  parênteses pra falar brevemente sobre a dor.
Não estamos mais acostumados a sentir dor. Nem física e nem emocional.
Para a dor física, no primeiro sinal de dor de cabeça já tomamos imediatamente um analgésico.
Para a emocional, não nos damos ao direito de curtir uma fossa, de aquietar-se numa daquelas "bads" geradas por motivos tão pessoais que ás vezes você não quer falar, só sentir.
Você não tem o direito. Tem logo que reagir a toda adversidade, colocar uma roupa bem linda, sair por aí, segurar um copo na mão e sorrir, como se seu coração estivesse ali vibrante, quando na verdade ele está ali, prostrado.
Não, não devemos nos dar este direito.
"Reage bonita, o tempo voa e não devemos perde-lo com o que não deu certo e causou dor!"
Oras, será que eu posso errar? E quem sabe com isso melhorar em alguns aspectos? Infelizmente a dor nos mostra uma forma de não cometer o mesmo ato, já que não  deseja-se o mesmo resultado.
Ou você queima a roupa duas vezes no mesmo lugar quando vai passá-la?
Fecha parênteses.

E um dos caminhos da evolução é entender e aceitar este estado de impermanência.
Hoje eu posso estar com dor, mal, por algum fato externo ocorrido. 
Mas isso não perdura por todo o sempre. Até porque eu não me permito ficar no "mimimi" por longo período. Mas ele acontece. Ainda que conciso, mas acontece.
Logo você se recupera e sorri, e respira aliviada. Ah, passou!"
E "amanhã" você esta melhor e até feliz.

O que muitos chamam de bipolaridade, eu chamo de impermanência.
Porque  não há prazer e nem dor que não se acabe.
Uma vez na vida que seja, vai haver um e outro.
E aceitar isso, é aceitar-se a si, e dar-se o direito de viver pra sentir.

E evolução que me refiro, é aprender a partir de uma situação, é melhorar em você mesmo algo que lhe causa descontentamento, algo que alguém lhe disse: você  nasceu pra ser assim. É característica genética, ou do seu horóscopo, ou de outra fonte.
Mas eu posso evoluir uma caracteristica que eu não gosto em mim. Eu posso melhorar.
Também não sou somente o que acontece comigo. Eu sou o resultado daquilo que eu escolho ser.

Eu tenho o direito de associar a minha personalidade a uma forma que me faz sentir mais leve, mais realizada e mais feliz.

E eu chamo isso de evoluir.
De tratar em você aquilo que lhe desagrada, que fere ; a si e aos outros.
Evoluir para uma tirar lição e entender o porquê de uma situação ocorrer de tal forma, de aceitar uma culpa,  de resolvê-la e dissolver. De digerir o mal estar, de entender as subtrações e agradecer as adições. Esta louca matemática da vida, que oras soma, oras diminui.

É pra isto que eu vim, que você também veio.
Pra conhecer a vida e a vida em abundância. Muito mais que aquisição do material. Aquisição do seu conhecimento, de si, do porquê e do pra quê.

Talvez este tenha sido mais um vago amontoado de palavras.
Talvez.

Talvez seja um momento de compreender.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Eu sou antiga sim!

Cheguei a conclusão de que não estou enquadrada neste mundo moderno.
Tenho valores que preservo, que não condizem com a realidade atual.

Falo de sentimentos.
Agradeço quando recebo algo.
Retribuo aquilo que recebo, sempre que possível.
Peço licença.
Abuso do por favor.
Cumpro quando prometo.
Assumo quando contrato.
Respeito o sentimento do próximo.
E quando ultrapasso, me chicoteio por isso.


Acredito que  devemos respeitar os relacionamentos alheios e não intrometer-se nesta relação.
Prezo pela conversa olhando nos olhos e não discussões via whattsapp.
Prefiro resolver mal entendidos do que deixar isso vagando no tempo.

Choro.
Demonstro o quão estou infeliz.

Ocorre que na era de exposição exacerbada em redes sociais,  vemos vários sorrisos e relacionamentos felizes sendo construídos á base de mentiras.

E não concordo que seja  um desafio  postar foto sem make em rede social, que isso vá mostrar a real face de alguém.
Quero ver postar o caráter, a verdade.

Eu sofro com esta sociedade que me proíbe de ser verdadeira.
Sim, eu danço conforme a música dela, mas confesso que isso me angustia. Sem hipocrisia.

Tenho que prender a minha língua, para não ofender, não magoar.
Embora eu acredite que falar, por pra fora, esclarecer, seja doloroso no ato, mas posterior, é muito mais gratificante. A resolução, o perdão (ou não) vale mais que a ilusão.

Ouvi certa vez de um colega, que dizia que "se você quer ter amigos verdadeiros, não pode dizer sempre a verdade."
Oras, mas eu não vejo veracidade nessa relação baseada em mentiras.

Eu minto sim, omito sim, faço parte desse conjunto da sociedade moderna de postagens e etc.
Vivo nela, me adaptei a ela.
Mas fico incomodada.

Isto porque ter princípios morais está fora de moda.
Caiu em desuso.
Em um país de corruptos, devolver o dinheiro quando recebe o troco errado é burrice.
Mostrar-se frágil é babaquice.
Querer conversar ás claras é agressivo.
Que falar mal na ausência daquele que precisa ou pode se defender é normal.
Vejo uma inversão de valores absurda!

Mas sou eu que vejo assim. 
Eu sou antiga, demodê, ultrapassada.

Quanto aos atos e atitudes, vejo que estamos num passo para voltar ao tempo dos indígenas.
Usamos poucas roupas, (alguns, quase nada).
Falamos errado, escrevemos pior ainda (e a atual reforma ortográfica só vem pra piorar)
Não respeitamos mais os sentimentos, somos movidos apenas por desejos carnais, onde todos "se pegam" e tá tudo certo.
Não vejo outra alternativa a não ser esta de sermos índios modernos cibernéticos.

Quanto a realidade, vamos esconder.
O lance é se esconder, sempre!
Atrás de risos superficiais, de maquiagens, de filtros, de falsos abraços.

Não acho que nossa vida deve ser um livro aberto á todos, em absoluto, não é isto.
Mas HOJE, eu aprendi e gostaria de disseminar este aprendizado.
Que se queremos realmente viver em harmonia com o nosso próximo, e digo : aqueles bem próximos, que você considera amigo, tem de haver clareza.
Clareza de informação, de sentimentos, de atos.
Ou então iremos viver de suspeitas, de achismos, de jogos.

Escolhemos, isto ou aquilo.

Ainda temos o livre arbítrio , então que saibamos fazer nossas escolhas.

Hoje eu penso assim, talvez amanhã mude de idéia.
E além do mais, RESPEITEMO-NOS, esta é só minha opinião.



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Música

Ela faz com que eu me derreta em lágrimas.
Também provoca risos frouxos.
Traz lembranças.
E mais que tudo isso,chego ao ponto de viajar em outras atmosferas através dela.
A música exerce um poder dominante sobre mim.

Desde cedo, quando criança, sob influencia das minhas tias, ouvia música boa.
Tenho como referências da época, Pink Floyd, que é um som pra eternidade.
Lembro-me dos nostálgicos vinis, empilhados na sala, ao lado do toca-discos.
Ali naquele amontoado de  arte eu tinha um mundo de curiosidades em mãos.
Aos 10 anos ou pouco mais que isso, eu ouvia  Led Zeppelin, Supertramp, Beatles, John Lennon.
Mesmo sem entender muito o que era, eu já gostava.
Eu ouvia junto delas Raul Seixas, RPM, Cazuza, Alceu Valença, Zé Ramalho, entre tantas outras bandas de Rock nacional.

Eu lembro que nas capas dos discos  vinham as letras impressas. Acompanhava as músicas, virando os discos do lado A e lado B.
Chegava da escola e corria pra sala pra ouvir música. Deitava no tapete e deixava o disco tocar.

Com o passar do tempo fui tendo minhas próprias referências. Apesar de ainda trazer muitas destas citadas comigo.
Eu conhecia todos os álbuns dos Titãs, banda que adoro até hoje.
As meninas da minha época ouviam  discos da Xuxa, Balão Mágico, Vou de Táxi da Angélica, e eu ouvia Rock.
Aquilo era estranho para os outros, mas eu gostava.

Fui conhecendo outros estilos. 

Conheci a música  gaúcha, a qual até hoje ouço em casa por sugestão do meu avô.
Foram anos e anos ouvindo intérpretes da música nativista do Rio Grande do Sul.
Canções bonitas, que falavam da vida no campo.

Depois conheci o estilo grunge do Nirvana, Alice in Chains.
Tive discos mais pesados estilo Venon, Sepultura.
Ouvia Ramones, Alice Cooper, Black Sabbath.

Adorava quando as pessoas me mostravam sons diferentes e isso permanece até hoje.
Ouço Chico Buarque, Elis Regina, Rita Lee.
Amo The Doors, gosto de Blues.
Curto os embalos do hip hop, ouço jazz.
Viajo com Surf music do Donavon Frankenreiter, Sashamoon, Men At Work.
Sigo na melodia do reggae do rei Bob Marley e suas vertentes.

Eu devia ter estudado música, ter tocado algum instrumento, tamanha admiração que tenho por esta arte.
Mas talvez minha percepção seja mais aguçada para conhecê-la e apreciá-la, que para atuar na música.

Eu me entrego mesmo. Ela interfere em todo meu estilo. De vestir, de ser, de viver.
Eu durmo com música e por vezes acordo com ela.
Eu ouço música indo pro trabalho, durante o trabalho (quando possível), na volta dele também.

Eu escrevo ouvindo música, tal qual faço agora, ouvindo um álbum completo do Nirvana.

E não faz muito tempo eu conheci a linha psytrance, que é algo surreal.
Este som me leva pra um mundo só meu. Uma conectividade incrível comigo.

Neste som eu fico sozinha por horas e sinto como realmente estivesse só eu, o espaço e o som. 
A frequência dele, a batida, ou melhor,os bpm's me transportam.

Não encontro palavras para definir o que acontece quando a conexão ocorre. É realmente transcendental.
Um som sem letras, que diz muito.

Não sou do tipo que segue modinhas musicais.
Aliás, não suporto som modinha.
Os tais  sertanejos universitário e arrocha e etc; estes não me tiram de casa.
Respeito quem gosta, mas não entendo como pode estas músicas com refrões sem sentido e letras obscenas fazerem sucesso.
Funk? Oh my God, livrai-me de ouvir isso.
Esta é a minha opinião e não é regra.
Gosto é igual a céu da boca, cada um tem o seu.

Eu prefiro os sons que falam...mesmo que sem letras.

A música, que faz a mente acalmar, que faz os corpos moverem-se, que faz o coração palpitar.
a música, que inspira, que transpira, que pira!

Acho eu, que viver sem música, é como viver sem sorrisos. 
Ela faz parte da alma da vida.



Pearl Jam, porque o som dele e esta música é The Best. Aperta o play!

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Palavras, apenas palavras

Faço uso das palavras, talvez porque tenha sido a forma mais rápida de alívio.
Alívio?
Sim!
Falar, cuspir fora aquilo que entalou, aquilo que naquele momento precisa ser dito.
Eu sei que elas, as palavras, não têm culpa das minhas inquietações.
Mas eu as encontrei desde cedo e então tento uma relação harmônica com elas.
Dias me vejo embaralhada em tantas letras, em amontoados de citações e confesso que em muitas destas, encontro respaldo para os meus devaneios.
Leio, sublinho, interpreto.
Ah, por falar em interpretação. Esta é a peça chave,  melhor dizendo, a palavra chave pra comunicação.
Não basta botar pra fora.
Ao ato da escrita, seja esta uma citação ou uma idéia,nos tornamos responsáveis pelo que propagamos.
Há que se ater ao fato de que o leitor pode muitas vezes dar uma interpretação diferente àquela da mensagem que queira passar.
Se bem que, posso usar de uma citação para ausentar-me de possíveis erros:  “ sou responsável pelo que eu digo, não pelo que você entende”. Desconheço o autor.
Sendo assim, por mais que esta frase sirva-me de consolo, ainda assim eu me preocupe com a interpretação.

Na era digital então...Ah, essa sim é mais difícil.
Adentro-me num breve relato sobre as palavras e a era digital.
Não é via de regra, mas tenho percebido que muitas conversas têm sido substituídas por caracteres.
Então, diante de uma conversa via meios internéticos, o cidadão finaliza esta com um “pode crê”!
Ao meu ver, este “pode crê”, é um “finalizador da conversa”, é um “to nem aí”, é um “to ocupado agora”. A interpretação que eu vou dar a este “pode crê”  é conforme aquilo que eu entendi, baseado nos caracteres anteriores. E algumas vezes pode ser um gerador de mal entendidos.
Eu prefiro a comunicação, quando em conversa, pessoal, quando muito, ao telefone em ligações mesmo.

Mas, voltamos as palavras.
Somos suscetíveis a informação. Ela muitas vezes nos agride. São muitas escritas. Em jornais, em redes sociais. E as palavras estão ali, fazendo parte principal de tudo isso.
Uma imagem pode ser transformada através das palavras.
Façamos então bom uso delas.
Não que eu faça. Seria pretensão minha afirmar isso. Mas eu as uso.
Acredito até, que de forma coerente.

E é através deste amontoado de letras que muitas vezes exponho um sentimento, uma angústia, alegria, declarações de carinho.
Não porque busco atingir algo ou alguém com isso, mas porque tenho necessidade disso.
De por pra fora, de amaciar faces rígidas com palavras motivadoras, e também de vomitar palavras indigestas quando o receptor assim espera.
Uso as palavras para expressar as minhas idéias. E não acho que as minhas idéias estão certas ou erradas.  Elas são relatos de uma mente inquieta.
Eu leio, interpreto e respeito o que vejo.
E assim espero que seja feito com os amontoados de letras que exponho.
Em resumo, quando eu escrever sobre sentimentos, comportamentos, lugares, pessoas, cheiros, negócios e etc, eu estou apenas expressando aquilo que eu gostaria de falar e por vezes não encontro a situação e condição para tal.
Não estou agredindo ninguém com indiretas e nem adulando alguém com elogios.
Eu escrevo o que eu sinto!
E sinto muito se não lhe agrada. Eu não vou parar de usá-las.


"Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever."
Clarice Lispector

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Eu e minhas criticas

São seis meses sem escrever.

Talvez pela falta de tempo, talvez pela falta de motivação.

E hoje, mesmo sem tesão, resolvi soltar o verbo, ainda que num relato sucinto, num amontoado de palavras.

A partir de uma conversa rápida com uma psicóloga, a mesma observou e diagnosticou que eu sou "anormal", fora dos padrões.

Adjetivo que muitos não gostariam de ouvir. Mas eu, logo eu, identifiquei-me de imediato com tal observação.
Isto porque realmente eu sou fora dos padrões que a sociedade impõe. Discurso abaixo sobre isto.
Aquilo que eu faço, dentro da moral e bons costumes ensinados dentro de casa, eu faço consciente.

Esta anormalidade citada, foi a partir de um relato sobre a forma que eu vejo a questão da realização pessoal.
Brevemente discorro que, o meu conceito de satisfação/ realização, vai muito mais além do que ser aceita por um modelo proposto seja lá por religião, sociedade, política e etc.
A grosso modo, um exemplo disto, é o modelo imposto desde Adão e Eva, onde as pessoas tenham quase que a obrigação de ter um parceiro, mesmo que este faça-lhe mal.
Tá ruim com ele/ela? Mas tá pior sem.
Tá traindo, enganando, mas ao menos tem uma companhia.
Tá brigando, xingando, humilhando, mas isto é uma das formas de amor.
Será mesmo?
Será que eu esqueci como se relacionar?
Que deve-se tolerar mentiras e agressões e apaziguar todo esse caos para ter um companheiro?
É, se for isso mesmo eu estou desatualizada e fora do padrão.

Mas não é sobre companhia que eu venho relatar. Isso foi só um exemplo.
Eu objetivo argumentar a questão da anormalidade citada versus visão crítica.

Quando eu exponho minha forma de pensar, que eu considero coerente, sóbria, e "despadronizada", eu tenho que aceitar que esta forma seja censurada. Eu tenho que respeitar o padrão alheio, afinal, tudo é uma questão de ponto de vista.
O que prá mim é inadmissível, pro outro é relevante.

O meu modelo,  eu conceituo da forma que eu quero. E para tal, eu assumo os riscos e responsabilidades disso.
O meu modelo, fora do padrão é a busca da satisfação pessoal, em harmonia do meu  interior e o exterior.
É uma luta! 
Diria até, que comparada a segunda gerra mundial, uma varredura estrutural das idealizações.
Isso  dá-se por conta de eu pensar, pesquisar. E mais ainda, de exteriorizar os pensamentos.
E não é por eu ler Osho, Buda, e outros ensinamentos da linha Zen que ensinam a não julgar, que vou deixar de ser observadora.

Fato é que o "não julgar"é um exercício árduo. 
Se eu observo, automaticamente eu estou julgando um comportamento diferente do meu.
O que eu não posso é condenar. Ou posso , desde que  não exponha a minha opinião a respeito.
Tarefa fácil não é, afinal com tantas aberrações que vemos, fica difícil segurar o verbo.

Ai então lá vou eu pras minhas analises auto criticas.
Tenho feito isso. Ao invés de condenar o comportamento alheio, tento entende-lo, e mesmo que não consiga, busco orientação sobre.
Isto porque não quero mais ser injusta. 

Não quero mais...porque já fui. Porque já observei, analisei, critiquei e condenei
Não deixei de ser crítica, de analisar e menos ainda de observar. Deixei de condenar.

E onde esta a evolução nisso?

Em entender que de fato, cada um sabe de si, das suas dores, das suas aspirações, das suas alegrias.

Que ter o "kit felicidade"pronto, que já citei em posts anteriores, basta pra uns e não pra outros.

Uma citação clichê, mas que cabe muito bem aqui: ""CADA UM SABE A DOR E A DELÍCIA DE SER O QUE É".

Aceito, considero!

Porém gostaria de ser aceita também.

Não espero aplausos pela minha conduta, mas espero que esta seja respeitada.

E se o fato de eu ter idéias contrárias a outras pessoas me tornou alguém fora do padrão, que assim seja.

É a minha opinião. E ela muda. Eu mudo, você também muda.
Tudo muda...é a lei da impermanência.

Hoje eu penso assim, amanhã talvez esteja postando uma foto fazendo biquinho na frente do espelho com os dizeres: beijim no ombro.

Sem condenações.