Faço uso das palavras, talvez porque
tenha sido a forma mais rápida de alívio.
Alívio?
Sim!
Falar, cuspir fora aquilo que
entalou, aquilo que naquele momento precisa ser dito.
Eu sei que elas, as
palavras, não têm culpa das minhas inquietações.
Mas eu as encontrei desde cedo e
então tento uma relação harmônica com elas.
Dias me vejo embaralhada em
tantas letras, em amontoados de citações e confesso que em muitas destas,
encontro respaldo para os meus devaneios.
Leio, sublinho, interpreto.
Ah, por falar em interpretação.
Esta é a peça chave, melhor dizendo, a
palavra chave pra comunicação.
Não basta botar pra fora.
Ao ato da escrita, seja esta uma
citação ou uma idéia,nos tornamos responsáveis pelo que propagamos.
Há que se ater ao fato de que o
leitor pode muitas vezes dar uma interpretação diferente àquela da mensagem que
queira passar.
Se bem que, posso usar de uma
citação para ausentar-me de possíveis erros: “ sou responsável pelo que eu
digo, não pelo que você entende”. Desconheço o autor.
Sendo assim, por mais que esta
frase sirva-me de consolo, ainda assim eu me preocupe com a interpretação.
Na era digital então...Ah, essa
sim é mais difícil.
Adentro-me num breve relato sobre
as palavras e a era digital.
Não é via de regra, mas tenho
percebido que muitas conversas têm sido substituídas por caracteres.
Então, diante de uma conversa via
meios internéticos, o cidadão finaliza esta com um “pode crê”!
Ao meu ver, este “pode crê”, é um
“finalizador da conversa”, é um “to nem aí”, é um “to ocupado agora”. A
interpretação que eu vou dar a este “pode crê”
é conforme aquilo que eu entendi, baseado nos caracteres anteriores. E
algumas vezes pode ser um gerador de mal entendidos.
Eu prefiro a comunicação, quando
em conversa, pessoal, quando muito, ao telefone em ligações mesmo.
Mas, voltamos as palavras.
Somos suscetíveis a informação.
Ela muitas vezes nos agride. São muitas escritas. Em jornais, em redes sociais.
E as palavras estão ali, fazendo parte principal de tudo isso.
Uma imagem pode ser transformada
através das palavras.
Façamos então bom uso delas.
Não que eu faça. Seria pretensão
minha afirmar isso. Mas eu as uso.
Acredito até, que de forma
coerente.
E é através deste amontoado de
letras que muitas vezes exponho um sentimento, uma angústia, alegria,
declarações de carinho.
Não porque busco atingir algo ou
alguém com isso, mas porque tenho necessidade disso.
De por pra fora, de amaciar faces
rígidas com palavras motivadoras, e também de vomitar palavras indigestas
quando o receptor assim espera.
Uso as palavras para expressar as
minhas idéias. E não acho que as minhas idéias estão certas ou erradas. Elas são relatos de uma mente inquieta.
Eu leio, interpreto e respeito o
que vejo.
E assim espero que seja feito com
os amontoados de letras que exponho.
Em resumo, quando eu escrever
sobre sentimentos, comportamentos, lugares, pessoas, cheiros, negócios e etc,
eu estou apenas expressando aquilo que eu gostaria de falar e por vezes não
encontro a situação e condição para tal.
Não estou agredindo ninguém com
indiretas e nem adulando alguém com elogios.
Eu escrevo o que eu sinto!
E sinto muito se não lhe agrada. Eu
não vou parar de usá-las.
"Enquanto eu tiver perguntas e não
houver resposta continuarei a escrever."
Clarice Lispector
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