quinta-feira, 7 de novembro de 2013

As gentes

Hoje disponibilizei alguns minutinhos do meu tempo  para discorrer não sobre O Rei do Camarote, tampouco a vinda meteórica do Justin Bieber e seu ataque de estrelismo.

Quero falar sobre gente.
Um breve relato de fatos verídicos.

Conheci na minha última viagem, pessoas que agregaram valor (não ao camarote - desculpa, não há com não satirizar) a minha jornada enquanto ser humano.

Pessoas tão jovens, mas dotadas de características e comportamentos dignos de apreciação.

As vezes achamos que a experiência de vida, leia-se aqui IDADE, é o principal argumento a ser citado frente ao comportamento das pessoas.
Pode ser que sim, mas e quanto a estes jovens, ainda com poucas experiências (idade) em suas jornadas? O que dizer?

Não conheço suas famílias, tampouco suas realidades cotidianas, mas posso de antemão supor que a educação que receberam em casa, na escola, ou até mesmo em convivência com pessoas "não alienadas", é que os tornaram assim.

E que comportamentos são estes que me encantaram?

Primeiro a citar é a educação. Se eu pudesse pontuar, daria nota 10.
Gente que sabe ser receptivo, sabe agradecer, sabe elogiar, sabe ser cordial.

Depois vem a questão de humildade.
Gente que sabe ouvir, que sabe aprender e sabe ensinar também de forma a harmonizar o ambiente.

Gente que usa e abusa do bom senso.
Gente que  brinca/atua com a criatividade.

Culturamente, uma gente que lê, que se abastece de informações, de boa música, de boas histórias.
Gente que conversa, argumenta, expõe opinião.
Gente que, em pouco tempo junto deles, não ouvi falar mal da vida alheia, não ouvi críticas sem fundamento.

Gente que luta por ideais, por idéias, por um mundo melhor.
Gente que apesar de tão nova -  cronologicamente falando - comporta-se como sábios veteranos.

Gente que sinceramente, eu tive o PRAZER imenso de conhecer.

Além de comportamentos dignos sim de elogiar, são "gentes" agradáveis.

Daquelas que queremos ter por perto, por trazer alegria, bem estar, conforto e o melhor de tudo, CONHECIMENTO.

Ainda bem que sou uma pessoa aberta ao novo, ao que chega cheio de boas intenções.
Deve ser por isso, e pela conspiração do Universo, que eu os conheci.

Aqui, meu sincero agradecimento a vocês, gentes de bom coração!
Que esta "amizade a distância" continue disseminando alegria e agregando valor às nossas vidas.

A estas gentes, um saudoso abraço com sentimento de saudades!





terça-feira, 5 de novembro de 2013

A rede

Sim, a rede.

Uma rede que nos enrolamos, muitas vezes tão enrolados (quanta redundância) que ficamos até preso a ela.
Assim, metaforicamente falando, são as redes, as sociais.

Tudo está ali.
Desde as mais estapafúrdias informações, até utilidade pública.
Podemos acompanhar a previsão do tempo, um jogo de futebol, a novela, um evento, podemos viajar através de fotos publicadas.
Podemos divulgar trabalho, vender geladeiras, comprar sapatos usados,  fazer amizades e pasmem, há até quem encontre um amor.

Na rede tudo é possível.
Acessa quem  pode, acessa quem quer.

Vivemos num regime aberto, sem militarismo e, com exceção daquilo que fere a integridade moral do cidadão no que diz respeito ao constrangimento ilegal, calúnia e difamação, tudo é passível de publicação.

Há os que incomodam-se por pouco.
Não se sabe a razão deste incômodo, uma vez que - repito- só está na rede quem quer.
Não é como um RG, CPF, que é necessário ter para tornar-se um cidadão.
A rede social é para quem adere por livre e espontânea vontade.

Verdade que por vezes assistimos publicações que ridicularizam-nos como ser humano, como ser em sociedade. Tratam nossa inteligência como algo subversivo.

Mas a nós é dado o livre arbítrio...de sair do ciclo, de sair da rede.
Existe na rede social Facebook - talvez a mais conhecida e utilizada  -  várias opções para quem ainda incomodado, quer abster-se das besteiras que lê.
Uma das opções é excluir o "amigo" que causa incômodo.
A outra opção, é suprimir os feeds de notícias.
Ou ainda, a opção mais coerente pra quem sente-se tão incomodado com o que vê na rede social, é a opção EXCLUIR CONTA.

A rede é livre, ali cada um mostra o que quer e do jeito que quer.
Cabe então ao usuário peneirar toda a informação e "engolir" apenas aquilo que lhe faz  bem.

Mas ainda preferimos criticar.
E criticamos, porque é atitude inerente do ser humano. É muito mais fácil criticar comportamento alheio, que agir de forma contrário àquilo que se critica.

Desta forma, a exposição de opinião, também é uma maneira de participação em rede.

Cada um propaga o que quer.
Resta salientar que, o mais legal de tudo isso, é poder observar comportamentos através de ações e até omissões.

Cada caso é um caso...mas não estamos aqui para analisar e nem julgar. Deixemos as análises aos psicanalistas e os julgamentos aos juristas.
Volto a dizer: cada um publica aquilo que lhe é cabível, dentro do que acredita e vive.

E não adianta. Todo mundo mostra alguma coisa sim! Atire a primeira pedra aqui, quem não.

E daí se o sujeito publica uma sunga nova que acabara de ganhar da esposa?
Ele que arque com a zoação.
E daí se a fulana publica sua vida baladeira na rede?
Tá incomodado? exclua a dona moça...
É mais prudente agir desta forma, que atirar pedras numa pessoa, que por vezes, nem faz jus a sua "amizade" cibernética.

Quanto ao amor leviano cibernético escancarado?
As juras de amor via internet?
Quem aqui amigo, quem aqui já não as fez?

Na minha opinião, é  clichê, talvez porque EU não esteja amando.
Mas sei que quando se está apaixonado, sente-se a necessidade de gritar aos 4 ventos esta paixão...não acho normal se isto ocorresse na era das cartinhas, afinal, onde publicaríamos estas sentenças de amor? Em jornais?
Mas com a facilidade da internet, publique sim! Demonstre da forma que bem entender.

Os incomodados?

Ah...a estes, toda a licença para que retirem-se!


Antes de finalizar, por mera coincidência, visualizei esta publicação:

Uns mais outros menos ... Mas ficamos todos nos aqui, sem exceçao, presos, mas de mãos dadas, nessa "masturbação coletiva" onde o objeto de desejo é a inveja e/ou egocentrismo...( por Lourenço Carminati).

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

As telas



Bom, eu nem precisaria escrever nada depois desta imagem, mas ainda assim arrisco umas breves palavras.
Vivemos numa época em que as pessoas não querem mais se olhar nos olhos. Preferem as telas.
Talvez seja porque elas, as telas, produzam um efeito diferente através de seus filtros e aplicativos e eticéteras da tecnologia.
Um filtro que embeleza, que enrusti, que maquia um verdadeiro "eu".
Talvez porque estas mesmas telas escondam uma timidez refugiada.
Ou talvez ainda porque ao olharem-se entre telas, o superficial lhes basta, deixando o íntegro, o sumo, o miolo, de lado.
Confesso que eu gosto destas telas.
Gosto de trocar mensagens, perco tempo olhando facebook  e postando fotos e fatos (discorrerei sobre isto no próximo post), mas não troco a companhia de um amigo num bate papo real, pela tela do notebook, Iphone, Ipad ou Inãoseioque.

Evidente que a tecnologia virtual facilita.
A rede dispõe de recursos que nos aproximam de pessoas distantes, separadas pelo oceano, por estradas, por idiomas ou separadas apenas pelo que julgam "falta de tempo".
A rede facilita, mas também engana.
E quando eu falo que engana, não é nem pela produção que sê vê nas fotos, com roupas, e maquiagens, e imagens de fundo.
Engana quanto ao caráter, quanto ao comportamento, quanto ao hábito.

Aquele que se diz "um homem bom", pode ser um mau-caráter. E vice-versa.
A tela não tem detector de mentiras.
A tela não julga e nem proíbe alguém querer ser o que não é.
Ela só mostra. Imagens e caracteres.
E nós vemos, observamos, quiçá analisamos, e se quisermos, acreditamos.

Abonamos uma conduta cibernética que mal sabemos de onde provém.
Mas depois, do facebook pro face to face, aí é que é.

Não estou difundindo nada, nem numerando, nem citando quem, quantos, quais são.
Só abri um comentário sobre o que vem acontecendo, sem generalizar.
Até porque uso, gosto, digito e mostro.

Quase fugindo do assunto, volto na questão que me incomoda.

Seria eu, uma destas milhares de pessoas que não se dão conta que a tela está lhe consumindo?
Consumindo o tempo, os dias através de posts e atualizações sem que se dê conta disso?

Seria eu uma destas pessoas que não vê seu amigo passar na rua porque está "teclando" enquanto caminha?

Seria eu uma compulsiva por SMS e inbox e "news feeds"?

Ò céus...se estou me tornando assim, livrai-me  Senhor.


Se não daqui a pouco vou estar lambendo a tela do computador/celular, ao apreciar uma taça de sorvete com calda de morango.
Ou aproximando o nariz pra sentir o perfume das tantas lindas paisagens que aparecem na tela.
Ou sentindo o arrepio de um toque através de uma imagem.

Não...não quero!

Eu ainda sou do tempo do face to face.
E confesso: prefiro assim.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Escolha

Havia meses que não nos encontrávamos para colocar o papo em dia.
Três mulheres, amigas de tempo, cada qual seguindo sua rotina.
Em comum: a escolha!

Entre uma história e outra, vem a tona o assunto: o que você está fazendo da vida?
Vamos a elas: as escolhas.

Uma delas optou por sair do trabalho porque não tinha tempo de dedicar-se aos estudos.
Outra optou por retornar a cidade de origem após tentativa de morar e explorar os desafios de uma capital.
A terceira optou por um dos seus trabalhos, no caso, o que lhe proporcionara mais flexibilidade de tempo.

Ou seja, cada uma sabe o que é melhor pra si, e que escolhendo um caminho, abrira mão de outro.
"CADA ESCOLHA, UMA RENÚNCIA, ESSA É A VIDA", já cantava o Chorão.
E é exatamente isto.
Não podemos ter/ser tudo ao mesmo tempo.

E ao nos depararmos com uma situação onde é necessário optar por um caminho, analisamos o que é prioridade naquele momento da vida.
Analisamos possibilidades, um plano B caso o A não dê certo.
Análises do geral.

Muitos chamariam de loucura, abrir mão de status, de proventos financeiros mais rentáveis, de oportunidades.
Esses muitos estão olhando sua vida da vitrine.
Porque do lado de fora é fácil opinar, zombar e criticar.
Do lado de fora, mesmo que respingue algo, não os atinge, pois o "vidro"  não deixa que os toque.

É aí então que  assevero que é importante sim ouvir sua família, seus amigos, seu companheiro, enfim, uma opinião de quem está de fora.
É importante, mas não deve ser fator decisório na sua escolha.
Porque ao final, quem vai arcar com as consequências desta, é você. O dono de sua vida!

Abro um parenteses rápido pra relatar um fato pessoal.
Ouvi outro dia de uma colega: "Mas você é louca! Não pára quieta, vive de um lado para outro procurando o que?

Neste momento me calo, penso se devo responder, mas devido a sensatez e tolerância que tem me tomado conta  ultimamente, acho melhor abster-me de explicações que não responderiam a este questionamento.
Um risinho irônico e um "tá tudo certo comigo, obrigado!", respondem.

Quando alguém opta por viver de uma forma livre de padrões, tem de estar preparado para estas situações de desaprovação, descontentamento e digo até de desrespeito. Sim desrespeito! porque você não respeitar o espaço do outro é o que então?

Me abstenho da resposta, mas dentro da minha cabeça há uma série delas.
E então satisfaço-me com a que condiz com o meu modo de viver.

Não estou apenas sobrevivendo no capitalismo.
Estou além disso.
Estou neste mundo não apenas respirando, mas vivendo-o na sua totalidade.
Da forma que EU, dentro dos ensinamentos de Deus e dos valores morais e éticos de família e sociedade, acho mais coerente e satisfatório.

E o que é esta totalidade que citei acima?

É acordar todas as manhãs, agradecer a oportunidade de um novo dia, cumprir com os deveres (trabalho e faculdade), ajudar um amigo, um desconhecido, mesmo que apenas com uma palavra de consolo.
É viajar, é ver a vida acontecendo não apenas pela TV, pela internet, pela janela do quarto.
É dar a cara pra bater, é chorar, é decepcionar-se com as pessoas e perdoá-las.
É entregar-se aos prazeres da vida, desde os mais simples aos mais sofisticados quando possível.
É amar, é ter fé, conhecer pessoas, cheiros, lugares, sabores.
É deliciar-se com músicas, com sons, com poesia e arte.

É muito muito mais que isso. Muito mais que isso!
Não teria espaço para uma página, caso fosse escrever o que é viver além do consumismo. O que é viver além da obrigação de crescer, procriar, trabalhar e comprar.

E porque eu vivo, as pessoas se incomodam.
Não ouso dizer que é inveja, embora há uma parcela disto.
Ouso dizer que é medo de viver.
E ver o outro vivendo, é espantoso!
É preciso ter coragem para viver.
Coragem para assumir as consequências de seus atos, sem culpar pai, mãe, e sociedade.
É preciso ter coragem para viver em liberdade.

E ai então a minha escolha tem sido esta.
Nesta etapa em que me encontro, escolhi viver a vida na sua totalidade.
E  totalidade do outro é diferente da minha.
Respeitemo-nos!

Talvez amanhã eu mude este conceito.
Até porque mudam-se os gostos e mudam-se as escolhas.

Talvez amanhã eu decida que sossegar na sacada do apê, cultivando plantinhas no potinho de margarina seja a melhor escolha.
Talvez eu nem tire o pijama o final de semana todo e me embreague de filmes e noticiários e livros.
Talvez eu tenha até animais de estimação: um cágado ou uma calopsita.
Talvez,
Vou analisar sobre.

Mas enquanto isso, posso continuar vivendo a minha escolha?
Dá licença?

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Mascarados ou enrustidos?

O que faz de você, quem você realmente é?

Questionamento amplo, com  incontáveis vertentes para abordar.
Eu vou seguir a linha do comportamento.

O que faz de você quem realmente você é?

Atualmente é difícil definir alguém através de seus atos e comportamentos.

Não só hoje, mas toda a vida, as pessoas nem sempre são aquilo que demonstram ser.
A primeira impressão é que fica; mas é a segunda, a terceira e por ai vai, que vai mostrar quem é quem.

É muito fácil você ser a pessoa mais admirada no grupo por suas artimanhas em "arrancar" risadas de todos.
É muito fácil você ser um ideologista, com idéias de humanismo acima de tudo.
É muito bonito você abrir seu coração, sendo o amigo para todas as horas.
É fascinante você demonstrar ser uma pessoa honesta, de coragem e bom caráter.

Tudo isso seria perfeito, se não lhes fosse compatível o uso das máscaras.

Você pode abrir o armário e decidir que máscara usar hoje.

Tudo é aceito!
Mas nem tudo permanece.

As redes sociais facilitam demais o uso de acessórios.
E a desinformação da grande maioria, acredita que há veridicidade em tudo o que "aparece" na tela.

Mas é na hora do "vamos ver" que tudo desaba.
Que o ideologista vai de encontro àquilo que se pregava,
Que o amigo de coração aberto desaprece,
Que a coragem de dar a volta nos desentendimentos inexiste.

E aí que então podemos observar os comportamentos e certificar-se de que toda aquela bondade, cumplicidade, generosidade e honestidade, não era tão "ade" assim.

Nesse mundo de disfarces, a dificuldade em distinguir o banal do essencial, o sincero do falso, é gigantesca!

Se observamos bem, há indícios de caráter desde o primeiro face to face, mas que  em meio a carências, a superficialidades e banalidades cotidianas, são facilmente confundidos entre o bom e o mau.

E é exatamente na hora da dificuldade, que vem à tona aquela máxima: salve-se quem puder!
Ou seja. Eu vou fazer o que quero para o meu bem-estar e aquilo que vai respingar no outro, é problema dele.
Percebe-se que neste momento, a máscara da cumplicidade fora lançada a esmo.

O que fazer? Nada!
Deixa ir...
Deixa vagar
Deixa perder-se.

Poderia discorrer muito mais sobre o assunto, mas poderia também exceder a "red line" e me perder entre palavras soltas e descabidas.

Então finalizo o texto, afirmando o que realmente tento (tento, mas não quer dizer que consiga), ser 100% autêntica para não me sentir culpada depois, nem taxada de mascarada ou enrustida.




Despojado de máscaras, o ser humano cresce em individualidade e passa a expressar-se de modo mais autêntico. Sincronicamente uma presença luminosa - espírito da vida - emerge de sua essência, projetando-se nas telas vitais por ele matizadas... É essa presença que o torna único e especial, imprimindo em nossos corações as marcas de sua passagem.
Maria Aparecida Giacomini Dóro




sexta-feira, 15 de março de 2013

Viajar!

" Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver” (Amyr Klink)

Bom, ao menos para mim, este texto do autor supra citado já é bastante conhecido.
E realmente vem bem ao encontro do que pretendo discorrer sucintamente; viajar!

Algumas pessoas me perguntam porque eu gosto tanto de viajar.

Dentre uma série de fatores, posso dizer que o principal deles é a curiosidade.

Quando eu viajo, eu provo tudo: desde o prato típico local, até a estação de ônibus, trem, metrô, carroça, ou seja lá qual for o meio de transporte utilizado.


Quando eu viajo, eu procuro conhecer os costumes mais tradicionais de cada lugar, o idioma e seus dialetos (embora a comunicação em certas ocasiões aconteça através de sinais e mímicas), procuro sentir o cheiro do ambiente e deliciar-me com a mudança (por vezes) brusca de temperatura.


Quando eu viajo, eu me divirto com as gafes que cometo ao pedir um prato desconhecido num restaurante e ao degusta-lo nem saber por onde começar;

Me divirto ao solicitar informações a um nativo e não entender nada do que acabara de ouvir;

Quando eu viajo, percebo meus olhos transbordarem de alegria num misto de êxtase e aflição.


Tive uma das experiências mais incríveis de viagem quando fui a Paris.
Pode parece clichê, mas eu tinha um sonho desde criança em conhecer a Torre Eifell.
Cheguei a noite, fui pro hotel e logo saí para dar uma volta na cidade  onde fui conduzida a um passeio despretencioso.
Ao chegar numa praça, debaixo de neve e um vento absurdamente congelante, dobrei a esquina e quando dei por conta lá estava ela: linda, gigante, iluminada.
Confesso que enchi meus olhos d'agua. Não somente pela paisagem, mas pela realização de um sonho (seja ele de consumo).

São emoções que guardo comigo e isto realmente não tem preço.





E quando eu viajo sinto emoções.

Sinto porque eu conheço pessoas, conheço lugares, conheço idéias.
E não há como ficar inerte a tanta coisa nova.

Não viajo pra ostentar;

Não viajo pra ter o que falar;
Não viajo para publicar.

Viajo por prazer, diria até que por necessidade;

por sede de conhecimento.

Então...


...eu sinto falta das viagens.


Há tempos não faço check-in, não espero por escalas entre um vôo e outro, não dirijo por estradas desconhecidas.

Sinto falta de novos ares, novas pessoas, novos temas de conversa.

Anseio por movimento.

Preciso expandir.

Até porque ficar sentada assistindo da janela a vida passar, não faz muito meu tipo!

Extrai de uma publicação minha antiga do facebook, um momento de gritante nostalgia:

Saudade 

De ver o pôr do sol espetacular nas praias do Pacífico,
de degustar um Krokant Becher numa sorveteria italiana na Alemanha,
de caminhar pelas ruas de Paris e descobrir cada cantinho mágico daquela cidade,
de passear pela Red Light District em Amsterdam e seus cafés.

Saudade de dançar um forró pé de serra no Ceará,
de caminhar pela orla de Copacabana,
do calor escaldante do Piauí,
de ver a imensidão de água das Cataratas do Iguaçu.

Saudade das comidas regionais do Recife, da neve européia, do café da manhã com arroz/feijão/abacate costa riquenho.

Saudade da comida apimentada da Colômbia, dos chocolates da Bélgica, do Medio Medio no Mercado Público de Montevidéu.

Saudade dos cassinos de Buenos Aires, dos bares da Vila Madalena em São Paulo, das paisagens da Holanda.

Saudade das pessoas que conheci nestas viagens, das suas histórias, dos seus olhares.

Saudade de ver, sentir, ouvir, tocar tudo o que um lugar diferente proporciona.

É saudade...

Saudade do mundo, antes que me perguntem.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

" e se..."

Eis que a maturidade chega  e quando você se dá conta já é um adulto, por vezes despreparado para encarar as intempéries da vida.
Quando se é adolescente, os erros são desculpados e apaziguados, levando em consideração que o ainda "desarranjado" jovem não sabe o que fazer com este mundo novo a ser descoberto.
Mundo novo sim, pois sair da etapa criança e afrontar o mundo que os espera ali por diante, não é tarefa fácil para uma cabecinha com hormônios e inventos a mil por hora.

Daí que após esta fase de adolescência vem se aproximando a maturidade.
E com ela subentende-se que todos os direitos e deveres do cidadão hão de ser cumpridos para que o mesmo desenvolva seu papel na sociedade. Não que antes não o faça, mas a cobrança agora é séria.

Até aí tudo certo, sem discordâncias.
Mas a discrepância dá-se no momento em que confunde-se maturidade com rigidez da face.
Que o adulto não pode mais "sorrir", mais agir com irresponsabilidades, que não deve fazer o que por vezes, seu instinto almeja e necessita.

Ter maturidade é antes de tudo, assumir suas irresponsabilidades e por meio delas, aprender.
Aprender pra não fazer novamente, ou fazendo, realizar de um modo que o resultado seja o mais satisfatório possível.

Mas todo esse blá blá blá, esta linkado ao que eu realmente me objetivei a discorrer hoje: arrependimento.

É certo que durante toda a vida fazemos coisas de que nos arrependemos. 
Pensamos: não devia ter gastado mais do que meu salário comporta este mês;
Não devia ter misturado bebida fermentada com destilado;
Não devia ter sido tão simpática com aquele idiota;
E por ai vai uma lista de incontáveis arrependimentos pelos quais passamos.

Mas o pior deles mesmo, é aquele em que você se arrepende de algo que queria muito fazer e não fez.
Isto que fica martelando na sua cabeça.
Como poderia ter sido,
E se, .

Só que o "e se", já deixou de existir no momento em que você optou por não fazer o que realmente queria.
Amargurar este arrependimento é agonizante.
Você nunca vai saber o resultado daquela ação que deixou de fazer.

E porque decidiu não fazer?

Por ter se embriagado em doses excessivas de zelo, de prudência e coerência.
Ou talvez por achar que a opinião de terceiros é mais importante que seu estado de realização pessoal.

Lé venho eu novamente naquela luta : o que eu faço e o que eu gostaria de fazer. São os meus leões brigando mais uma vez. Esta batalha é interminável.

Poderia me arrepender de escrever algo tão subjetivo e vazio como estou fazendo agora, mas talvez me arrependeria de não expressar neste momento minha insatisfação com o "e se eu tivesse feito".

E sobre o fato do "e se"?
Sim, eu queria ter feito...
..e por não fazê-lo, isto ainda oprime minhas idéias.

Talvez numa próxima ocasião eu resolva arcar com as consequências e deixar um pouco esta sisudez de lado, talvez!

"Há noites que eu não posso dormir de remorso por tudo o que eu deixei de cometer."
Mario Quintana

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Janeiro

Para não passar em branco janeiro, eis que ando um pouco desmotivada a escrever, segue escritas de Mario Quintana:



A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
 Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. 
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. 
E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. 
Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
 É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. 
Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. 
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado.
 E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
 Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar 
É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. 
Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. 
Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. 
Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade”.




domingo, 6 de janeiro de 2013

2013, seja bem vindo meu lindo!

Escrever depois de tantas coisas vividas numa passagem de um ano para outro, é um desafio.
Desafio porque posso deixar-me levar pelas fortes emoções experimentadas.
Mas, como sempre, peco pelo excesso porque não sei ser morna, bege, constante, sem sal.
E assim sendo, deixo sim me levar por aquilo que me faz sentir viva.

Já há algum tempo que uso como lema: cores, sabores e sensações.
É disso que eu gosto, é disso que preciso.

Claro que há outros elementos essenciais como a fé, energia, amor e inumeráveis outros sentimentos;
mas por agora, são as emoções.

Vivi nesta passagem de ano, uma experiência fantástica!
Estive entre pessoas desconhecidas, num lugar desconhecido, em meio a natureza e com música por todos os lados, em todos os momentos.
Vi muita arte, muito amor, muita energia positiva.

Fechei meus olhos e deixei a música me seduzir.
Dancei muito. Dancei até sentir minhas panturrilhas doloridas.
Pisei na lama, na areia da praia, pisei no chão úmido.
Senti o calor escaldante do sol e a ira da tempestade.
Deixei que a chuva lavasse minha alma.

Tive incontáveis momentos de introspecção;
Tantos que em alguns deles, delirei estar sozinha no mundo.
E quer saber?
foi o que de mais rico me aconteceu ultimamente.

Senti frio, fome, dor, calor, raiva, senti muita paz.
Um misto de sensações, que eu já nem sabia mais que as tinha dentro de mim.

Fui cometida por sentimentos ruins de desaprovação, que perduraram por poucos minutos, pois num lugar como o que eu estava, não tinha espaço pra nada que fosse do mal.
Fui coberta por um manto de paz e alegria decorrentes de atitudes tão simples.

Passei muito perrengue. Aliás, esta foi a palavra mais utilizada durante a estadia no lugar.
Mas a escolha foi minha.
E em nenhum momento, mas nenhum mesmo, eu me arrependi de estar ali.

Conheci pessoas, fiz amizades.
Explorei o campo que estava sendo ofertado. Cheio de arte, de cultura,de música, de novidades e digo até de coisas esquisitas  (desconhecidas ao meu mundinho fechado, até então).

Abri minha mente para o novo, para o diferente, para a vida pura e simples.

Estive num ambiente onde não havia uma minúscula parte de ostentação.
Isso foi incrivelmente delicioso.
Vi pessoas verdadeiras (com algumas exceções).
Vi pessoas se ajudando
Se abraçando com carinho.

Senti falta de abraços e carinhos, mas talvez eu não estivesse preparada para dar e receber naquele momento.

E tudo o que vi e vivi,  foi relevantemente transformador na minha existência.
Inclui e exclui da minha vida certos sentimentos e pessoas.
Tive a certeza de que eu estava no lugar certo, justamente por tomar a atitude certa.

Fiz isso, porque ali pude perceber que tudo o que precisamos, é ser nós mesmos.

Foi notável perceber ali que as máscaras usadas, eram somente as máscaras de circo para alegrar as crianças.
Que aquela máscara da falsidade e hipocrisia não cabia ali.
Lamentavelmente vi pessoas perdendo sua máscara -  não a de animação, mas a da ilusão.

Nestes dias, tive a oportunidade de conhecer, conhecer, conhecer.
Sou sedenta por isto.

Minha curiosidade não para no primeiro instante ao ver algo.
Ela vai além.
Eu quero sempre mais.
Porque a medida que vou conhecendo, vou enriquecendo.
Vou me enchendo de vida, de sentimentos, vou me desfazendo de bagagens desnecessárias.

Em determinados momentos, quando a dor foi maior que a alegria, respirei fundo e pude perceber o quão forte eu sou para suportar tantas situações adversas: física e emocionalmente falando!

Após tudo o que fora vivido, voltei pra casa com um aglomerado de sensações positivas.

Voltei apaixonada : pela música, pela energia, pela natureza.

E com a certeza de que ter participado deste festival, foi a melhor coisa que podia ter acontecido no Novo Ano!

Obrigado meu Pai celestial!

ChillOut clicado por Rodrigo Della Fávera
AHO!