quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Eu sou antiga sim!

Cheguei a conclusão de que não estou enquadrada neste mundo moderno.
Tenho valores que preservo, que não condizem com a realidade atual.

Falo de sentimentos.
Agradeço quando recebo algo.
Retribuo aquilo que recebo, sempre que possível.
Peço licença.
Abuso do por favor.
Cumpro quando prometo.
Assumo quando contrato.
Respeito o sentimento do próximo.
E quando ultrapasso, me chicoteio por isso.


Acredito que  devemos respeitar os relacionamentos alheios e não intrometer-se nesta relação.
Prezo pela conversa olhando nos olhos e não discussões via whattsapp.
Prefiro resolver mal entendidos do que deixar isso vagando no tempo.

Choro.
Demonstro o quão estou infeliz.

Ocorre que na era de exposição exacerbada em redes sociais,  vemos vários sorrisos e relacionamentos felizes sendo construídos á base de mentiras.

E não concordo que seja  um desafio  postar foto sem make em rede social, que isso vá mostrar a real face de alguém.
Quero ver postar o caráter, a verdade.

Eu sofro com esta sociedade que me proíbe de ser verdadeira.
Sim, eu danço conforme a música dela, mas confesso que isso me angustia. Sem hipocrisia.

Tenho que prender a minha língua, para não ofender, não magoar.
Embora eu acredite que falar, por pra fora, esclarecer, seja doloroso no ato, mas posterior, é muito mais gratificante. A resolução, o perdão (ou não) vale mais que a ilusão.

Ouvi certa vez de um colega, que dizia que "se você quer ter amigos verdadeiros, não pode dizer sempre a verdade."
Oras, mas eu não vejo veracidade nessa relação baseada em mentiras.

Eu minto sim, omito sim, faço parte desse conjunto da sociedade moderna de postagens e etc.
Vivo nela, me adaptei a ela.
Mas fico incomodada.

Isto porque ter princípios morais está fora de moda.
Caiu em desuso.
Em um país de corruptos, devolver o dinheiro quando recebe o troco errado é burrice.
Mostrar-se frágil é babaquice.
Querer conversar ás claras é agressivo.
Que falar mal na ausência daquele que precisa ou pode se defender é normal.
Vejo uma inversão de valores absurda!

Mas sou eu que vejo assim. 
Eu sou antiga, demodê, ultrapassada.

Quanto aos atos e atitudes, vejo que estamos num passo para voltar ao tempo dos indígenas.
Usamos poucas roupas, (alguns, quase nada).
Falamos errado, escrevemos pior ainda (e a atual reforma ortográfica só vem pra piorar)
Não respeitamos mais os sentimentos, somos movidos apenas por desejos carnais, onde todos "se pegam" e tá tudo certo.
Não vejo outra alternativa a não ser esta de sermos índios modernos cibernéticos.

Quanto a realidade, vamos esconder.
O lance é se esconder, sempre!
Atrás de risos superficiais, de maquiagens, de filtros, de falsos abraços.

Não acho que nossa vida deve ser um livro aberto á todos, em absoluto, não é isto.
Mas HOJE, eu aprendi e gostaria de disseminar este aprendizado.
Que se queremos realmente viver em harmonia com o nosso próximo, e digo : aqueles bem próximos, que você considera amigo, tem de haver clareza.
Clareza de informação, de sentimentos, de atos.
Ou então iremos viver de suspeitas, de achismos, de jogos.

Escolhemos, isto ou aquilo.

Ainda temos o livre arbítrio , então que saibamos fazer nossas escolhas.

Hoje eu penso assim, talvez amanhã mude de idéia.
E além do mais, RESPEITEMO-NOS, esta é só minha opinião.



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Música

Ela faz com que eu me derreta em lágrimas.
Também provoca risos frouxos.
Traz lembranças.
E mais que tudo isso,chego ao ponto de viajar em outras atmosferas através dela.
A música exerce um poder dominante sobre mim.

Desde cedo, quando criança, sob influencia das minhas tias, ouvia música boa.
Tenho como referências da época, Pink Floyd, que é um som pra eternidade.
Lembro-me dos nostálgicos vinis, empilhados na sala, ao lado do toca-discos.
Ali naquele amontoado de  arte eu tinha um mundo de curiosidades em mãos.
Aos 10 anos ou pouco mais que isso, eu ouvia  Led Zeppelin, Supertramp, Beatles, John Lennon.
Mesmo sem entender muito o que era, eu já gostava.
Eu ouvia junto delas Raul Seixas, RPM, Cazuza, Alceu Valença, Zé Ramalho, entre tantas outras bandas de Rock nacional.

Eu lembro que nas capas dos discos  vinham as letras impressas. Acompanhava as músicas, virando os discos do lado A e lado B.
Chegava da escola e corria pra sala pra ouvir música. Deitava no tapete e deixava o disco tocar.

Com o passar do tempo fui tendo minhas próprias referências. Apesar de ainda trazer muitas destas citadas comigo.
Eu conhecia todos os álbuns dos Titãs, banda que adoro até hoje.
As meninas da minha época ouviam  discos da Xuxa, Balão Mágico, Vou de Táxi da Angélica, e eu ouvia Rock.
Aquilo era estranho para os outros, mas eu gostava.

Fui conhecendo outros estilos. 

Conheci a música  gaúcha, a qual até hoje ouço em casa por sugestão do meu avô.
Foram anos e anos ouvindo intérpretes da música nativista do Rio Grande do Sul.
Canções bonitas, que falavam da vida no campo.

Depois conheci o estilo grunge do Nirvana, Alice in Chains.
Tive discos mais pesados estilo Venon, Sepultura.
Ouvia Ramones, Alice Cooper, Black Sabbath.

Adorava quando as pessoas me mostravam sons diferentes e isso permanece até hoje.
Ouço Chico Buarque, Elis Regina, Rita Lee.
Amo The Doors, gosto de Blues.
Curto os embalos do hip hop, ouço jazz.
Viajo com Surf music do Donavon Frankenreiter, Sashamoon, Men At Work.
Sigo na melodia do reggae do rei Bob Marley e suas vertentes.

Eu devia ter estudado música, ter tocado algum instrumento, tamanha admiração que tenho por esta arte.
Mas talvez minha percepção seja mais aguçada para conhecê-la e apreciá-la, que para atuar na música.

Eu me entrego mesmo. Ela interfere em todo meu estilo. De vestir, de ser, de viver.
Eu durmo com música e por vezes acordo com ela.
Eu ouço música indo pro trabalho, durante o trabalho (quando possível), na volta dele também.

Eu escrevo ouvindo música, tal qual faço agora, ouvindo um álbum completo do Nirvana.

E não faz muito tempo eu conheci a linha psytrance, que é algo surreal.
Este som me leva pra um mundo só meu. Uma conectividade incrível comigo.

Neste som eu fico sozinha por horas e sinto como realmente estivesse só eu, o espaço e o som. 
A frequência dele, a batida, ou melhor,os bpm's me transportam.

Não encontro palavras para definir o que acontece quando a conexão ocorre. É realmente transcendental.
Um som sem letras, que diz muito.

Não sou do tipo que segue modinhas musicais.
Aliás, não suporto som modinha.
Os tais  sertanejos universitário e arrocha e etc; estes não me tiram de casa.
Respeito quem gosta, mas não entendo como pode estas músicas com refrões sem sentido e letras obscenas fazerem sucesso.
Funk? Oh my God, livrai-me de ouvir isso.
Esta é a minha opinião e não é regra.
Gosto é igual a céu da boca, cada um tem o seu.

Eu prefiro os sons que falam...mesmo que sem letras.

A música, que faz a mente acalmar, que faz os corpos moverem-se, que faz o coração palpitar.
a música, que inspira, que transpira, que pira!

Acho eu, que viver sem música, é como viver sem sorrisos. 
Ela faz parte da alma da vida.



Pearl Jam, porque o som dele e esta música é The Best. Aperta o play!

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Palavras, apenas palavras

Faço uso das palavras, talvez porque tenha sido a forma mais rápida de alívio.
Alívio?
Sim!
Falar, cuspir fora aquilo que entalou, aquilo que naquele momento precisa ser dito.
Eu sei que elas, as palavras, não têm culpa das minhas inquietações.
Mas eu as encontrei desde cedo e então tento uma relação harmônica com elas.
Dias me vejo embaralhada em tantas letras, em amontoados de citações e confesso que em muitas destas, encontro respaldo para os meus devaneios.
Leio, sublinho, interpreto.
Ah, por falar em interpretação. Esta é a peça chave,  melhor dizendo, a palavra chave pra comunicação.
Não basta botar pra fora.
Ao ato da escrita, seja esta uma citação ou uma idéia,nos tornamos responsáveis pelo que propagamos.
Há que se ater ao fato de que o leitor pode muitas vezes dar uma interpretação diferente àquela da mensagem que queira passar.
Se bem que, posso usar de uma citação para ausentar-me de possíveis erros:  “ sou responsável pelo que eu digo, não pelo que você entende”. Desconheço o autor.
Sendo assim, por mais que esta frase sirva-me de consolo, ainda assim eu me preocupe com a interpretação.

Na era digital então...Ah, essa sim é mais difícil.
Adentro-me num breve relato sobre as palavras e a era digital.
Não é via de regra, mas tenho percebido que muitas conversas têm sido substituídas por caracteres.
Então, diante de uma conversa via meios internéticos, o cidadão finaliza esta com um “pode crê”!
Ao meu ver, este “pode crê”, é um “finalizador da conversa”, é um “to nem aí”, é um “to ocupado agora”. A interpretação que eu vou dar a este “pode crê”  é conforme aquilo que eu entendi, baseado nos caracteres anteriores. E algumas vezes pode ser um gerador de mal entendidos.
Eu prefiro a comunicação, quando em conversa, pessoal, quando muito, ao telefone em ligações mesmo.

Mas, voltamos as palavras.
Somos suscetíveis a informação. Ela muitas vezes nos agride. São muitas escritas. Em jornais, em redes sociais. E as palavras estão ali, fazendo parte principal de tudo isso.
Uma imagem pode ser transformada através das palavras.
Façamos então bom uso delas.
Não que eu faça. Seria pretensão minha afirmar isso. Mas eu as uso.
Acredito até, que de forma coerente.

E é através deste amontoado de letras que muitas vezes exponho um sentimento, uma angústia, alegria, declarações de carinho.
Não porque busco atingir algo ou alguém com isso, mas porque tenho necessidade disso.
De por pra fora, de amaciar faces rígidas com palavras motivadoras, e também de vomitar palavras indigestas quando o receptor assim espera.
Uso as palavras para expressar as minhas idéias. E não acho que as minhas idéias estão certas ou erradas.  Elas são relatos de uma mente inquieta.
Eu leio, interpreto e respeito o que vejo.
E assim espero que seja feito com os amontoados de letras que exponho.
Em resumo, quando eu escrever sobre sentimentos, comportamentos, lugares, pessoas, cheiros, negócios e etc, eu estou apenas expressando aquilo que eu gostaria de falar e por vezes não encontro a situação e condição para tal.
Não estou agredindo ninguém com indiretas e nem adulando alguém com elogios.
Eu escrevo o que eu sinto!
E sinto muito se não lhe agrada. Eu não vou parar de usá-las.


"Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever."
Clarice Lispector