quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Forever alone? que nada!

"Mas Grazie, te vejo sozinha por ai, qual é o problema? Porque não tem alguém?"


A pergunta é bem comum. A minha resposta mais ainda.
Cabe até uma citação que me identifico:

"A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo."(Fernando Pessoa)

Eu não vejo problema algum na solitude.
Digo nela, esta solitude propriamente dita, onde eu conceituo não só estar sozinha, mas sentir-se sozinha.

Vivo rodeadas de pessoas. Família, colegas de trabalho, amigos, conhecidos, pedestres.
Mas confesso que muitas vezes me sinto só.

Isto dá-se pela motivo de que nem sempre minhas idéias são compatíveis com as demais.
Por exemplo: Sobre estar fisicamente sozinho.

Optei por estar sozinha neste momento da vida, sem um parceiro, namorado, "peguéti".
Sim, por opção e não por fata de.

Vejo casais felizes no facebook, vejo meus amigos felizes saindo em casais e eu saio com eles.
Isto não me deixa nem um pouco constrangida. Tampouco me deixa com inveja.
Na verdade eu gosto de ver estes casais amigos felizes.
Eu os respeito acima de tudo. Respeito qualquer relação entre duas pessoas e não me intrometo.
Entendo que não devemos interferir na harmonia de um casal.
Eles tiveram o seu momento, encontraram uma pessoa pra compartilhar, pra somar, pra dividir.
É justo e eu admiro.

Admiro, mas juro por Deus, não invejo.

Sei que vai chegar a minha hora de dividir, somar, compartilhar com alguém.

Enquanto isso, eu ando só, no meio de tantos.
Cantava Humberto Gessinger: "ando só, como se voasse em bando".

E não faço aquele tipo: "solteiro sim, sozinho nunca".
Sou solteira sim e sozinha sim, porque não.

Faço tudo o que eu gostaria de fazer. Claro, dentro das minhas possibilidades financeiras e de tempo.

Sou afortunada, por ter amigos que me chamam pra sair pra festa, pra jantar, pra conversar.
Sou afortunada porque tenho uma família que me dá suporte, conselho e amor.
Mas sou mais afortunada ainda, por aceitar que não preciso de uma bengala pra seguir a caminhada da vida.

Bengala?
Sim, alguém que você precisa "se escorar" pra andar.
Acho isso lastimável! Ter alguém só pra não dizer-se sozinho.
Ter alguém que lhe maltrata, mas ter alguém.
Ter alguém que lhe desvaloriza, que lhe machuca, mas ainda assim poder dizer que ter alguém.

Saber viver saudavelmente sozinha, é uma delícia.

Viajar, fazer auto conhecimento, conhecer outras pessoas, outras culturas.
Dá-se ao seu tempo, ás suas vontades.

Evidente que toda escolha tem o ônus e o bônus.
Poder sair pra onde quiser sem dar satisfações, é um exemplo de bônus. Enquanto que não ter um companheiro pra dividir um momento de alegria ou tristeza, é o ônus.
Pra toda escolha, uma renúncia.

E na falta de uma companhia, faz-se o que?

Aprimora-se, cuida-se, alimenta-se. Não só o corpo, mas o espírito.
Prepara-se, evolui-se para entender-se e , posteriormente entender o outro.
Ama-se.

Porque se amando, é muito mais prazeroso amar o outro.

Sabendo aproveitar esta fase com coerência, com paciência, com outras "ências", esta tal de carência, é facilmente suprida.

Não digo que adoro estar só. Mas também não afirmo que preciso de alguém agora.
Vivo, tranquila, da maneira que é possível no momento.
Falo em momento, em agora, porque é circunstancial este estado de estar sozinha.
Porém não sou uma adepta dramática do  "forever alone".

To aqui, de boa, na pixta, como dizem.
Não espero o príncipe encantando.
Mas espero encontrar alguém tão interessante quanto as coisas que eu já faço sozinha.