sexta-feira, 15 de março de 2013

Viajar!

" Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver” (Amyr Klink)

Bom, ao menos para mim, este texto do autor supra citado já é bastante conhecido.
E realmente vem bem ao encontro do que pretendo discorrer sucintamente; viajar!

Algumas pessoas me perguntam porque eu gosto tanto de viajar.

Dentre uma série de fatores, posso dizer que o principal deles é a curiosidade.

Quando eu viajo, eu provo tudo: desde o prato típico local, até a estação de ônibus, trem, metrô, carroça, ou seja lá qual for o meio de transporte utilizado.


Quando eu viajo, eu procuro conhecer os costumes mais tradicionais de cada lugar, o idioma e seus dialetos (embora a comunicação em certas ocasiões aconteça através de sinais e mímicas), procuro sentir o cheiro do ambiente e deliciar-me com a mudança (por vezes) brusca de temperatura.


Quando eu viajo, eu me divirto com as gafes que cometo ao pedir um prato desconhecido num restaurante e ao degusta-lo nem saber por onde começar;

Me divirto ao solicitar informações a um nativo e não entender nada do que acabara de ouvir;

Quando eu viajo, percebo meus olhos transbordarem de alegria num misto de êxtase e aflição.


Tive uma das experiências mais incríveis de viagem quando fui a Paris.
Pode parece clichê, mas eu tinha um sonho desde criança em conhecer a Torre Eifell.
Cheguei a noite, fui pro hotel e logo saí para dar uma volta na cidade  onde fui conduzida a um passeio despretencioso.
Ao chegar numa praça, debaixo de neve e um vento absurdamente congelante, dobrei a esquina e quando dei por conta lá estava ela: linda, gigante, iluminada.
Confesso que enchi meus olhos d'agua. Não somente pela paisagem, mas pela realização de um sonho (seja ele de consumo).

São emoções que guardo comigo e isto realmente não tem preço.





E quando eu viajo sinto emoções.

Sinto porque eu conheço pessoas, conheço lugares, conheço idéias.
E não há como ficar inerte a tanta coisa nova.

Não viajo pra ostentar;

Não viajo pra ter o que falar;
Não viajo para publicar.

Viajo por prazer, diria até que por necessidade;

por sede de conhecimento.

Então...


...eu sinto falta das viagens.


Há tempos não faço check-in, não espero por escalas entre um vôo e outro, não dirijo por estradas desconhecidas.

Sinto falta de novos ares, novas pessoas, novos temas de conversa.

Anseio por movimento.

Preciso expandir.

Até porque ficar sentada assistindo da janela a vida passar, não faz muito meu tipo!

Extrai de uma publicação minha antiga do facebook, um momento de gritante nostalgia:

Saudade 

De ver o pôr do sol espetacular nas praias do Pacífico,
de degustar um Krokant Becher numa sorveteria italiana na Alemanha,
de caminhar pelas ruas de Paris e descobrir cada cantinho mágico daquela cidade,
de passear pela Red Light District em Amsterdam e seus cafés.

Saudade de dançar um forró pé de serra no Ceará,
de caminhar pela orla de Copacabana,
do calor escaldante do Piauí,
de ver a imensidão de água das Cataratas do Iguaçu.

Saudade das comidas regionais do Recife, da neve européia, do café da manhã com arroz/feijão/abacate costa riquenho.

Saudade da comida apimentada da Colômbia, dos chocolates da Bélgica, do Medio Medio no Mercado Público de Montevidéu.

Saudade dos cassinos de Buenos Aires, dos bares da Vila Madalena em São Paulo, das paisagens da Holanda.

Saudade das pessoas que conheci nestas viagens, das suas histórias, dos seus olhares.

Saudade de ver, sentir, ouvir, tocar tudo o que um lugar diferente proporciona.

É saudade...

Saudade do mundo, antes que me perguntem.