quinta-feira, 5 de junho de 2014

Eu e minhas criticas

São seis meses sem escrever.

Talvez pela falta de tempo, talvez pela falta de motivação.

E hoje, mesmo sem tesão, resolvi soltar o verbo, ainda que num relato sucinto, num amontoado de palavras.

A partir de uma conversa rápida com uma psicóloga, a mesma observou e diagnosticou que eu sou "anormal", fora dos padrões.

Adjetivo que muitos não gostariam de ouvir. Mas eu, logo eu, identifiquei-me de imediato com tal observação.
Isto porque realmente eu sou fora dos padrões que a sociedade impõe. Discurso abaixo sobre isto.
Aquilo que eu faço, dentro da moral e bons costumes ensinados dentro de casa, eu faço consciente.

Esta anormalidade citada, foi a partir de um relato sobre a forma que eu vejo a questão da realização pessoal.
Brevemente discorro que, o meu conceito de satisfação/ realização, vai muito mais além do que ser aceita por um modelo proposto seja lá por religião, sociedade, política e etc.
A grosso modo, um exemplo disto, é o modelo imposto desde Adão e Eva, onde as pessoas tenham quase que a obrigação de ter um parceiro, mesmo que este faça-lhe mal.
Tá ruim com ele/ela? Mas tá pior sem.
Tá traindo, enganando, mas ao menos tem uma companhia.
Tá brigando, xingando, humilhando, mas isto é uma das formas de amor.
Será mesmo?
Será que eu esqueci como se relacionar?
Que deve-se tolerar mentiras e agressões e apaziguar todo esse caos para ter um companheiro?
É, se for isso mesmo eu estou desatualizada e fora do padrão.

Mas não é sobre companhia que eu venho relatar. Isso foi só um exemplo.
Eu objetivo argumentar a questão da anormalidade citada versus visão crítica.

Quando eu exponho minha forma de pensar, que eu considero coerente, sóbria, e "despadronizada", eu tenho que aceitar que esta forma seja censurada. Eu tenho que respeitar o padrão alheio, afinal, tudo é uma questão de ponto de vista.
O que prá mim é inadmissível, pro outro é relevante.

O meu modelo,  eu conceituo da forma que eu quero. E para tal, eu assumo os riscos e responsabilidades disso.
O meu modelo, fora do padrão é a busca da satisfação pessoal, em harmonia do meu  interior e o exterior.
É uma luta! 
Diria até, que comparada a segunda gerra mundial, uma varredura estrutural das idealizações.
Isso  dá-se por conta de eu pensar, pesquisar. E mais ainda, de exteriorizar os pensamentos.
E não é por eu ler Osho, Buda, e outros ensinamentos da linha Zen que ensinam a não julgar, que vou deixar de ser observadora.

Fato é que o "não julgar"é um exercício árduo. 
Se eu observo, automaticamente eu estou julgando um comportamento diferente do meu.
O que eu não posso é condenar. Ou posso , desde que  não exponha a minha opinião a respeito.
Tarefa fácil não é, afinal com tantas aberrações que vemos, fica difícil segurar o verbo.

Ai então lá vou eu pras minhas analises auto criticas.
Tenho feito isso. Ao invés de condenar o comportamento alheio, tento entende-lo, e mesmo que não consiga, busco orientação sobre.
Isto porque não quero mais ser injusta. 

Não quero mais...porque já fui. Porque já observei, analisei, critiquei e condenei
Não deixei de ser crítica, de analisar e menos ainda de observar. Deixei de condenar.

E onde esta a evolução nisso?

Em entender que de fato, cada um sabe de si, das suas dores, das suas aspirações, das suas alegrias.

Que ter o "kit felicidade"pronto, que já citei em posts anteriores, basta pra uns e não pra outros.

Uma citação clichê, mas que cabe muito bem aqui: ""CADA UM SABE A DOR E A DELÍCIA DE SER O QUE É".

Aceito, considero!

Porém gostaria de ser aceita também.

Não espero aplausos pela minha conduta, mas espero que esta seja respeitada.

E se o fato de eu ter idéias contrárias a outras pessoas me tornou alguém fora do padrão, que assim seja.

É a minha opinião. E ela muda. Eu mudo, você também muda.
Tudo muda...é a lei da impermanência.

Hoje eu penso assim, amanhã talvez esteja postando uma foto fazendo biquinho na frente do espelho com os dizeres: beijim no ombro.

Sem condenações.