quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Evolucionar-se!

Eu tentava me explicar, ou na realidade me convencer disso que acabara de descobrir.
Não descobrir o fato - este já havia sido descoberto - mas o ato.
O porquê de realizar as situações de tal forma.

A verdade é que eu vejo mais que um caminho .
Talvez minha mente esteja retorcida, confusa até eu diria, mas esta sendo enriquecedor ao meu ponto de vista pensar desta forma.

Distinguir uma simples idéia, daquilo que eu vejo com uma evolução.

Porque eu queria entender que evolução era esta, onde apenas a aquisição é sinônimo de evolucionar.
Eu vou me formar, e vou comprar um carro, e depois uma casa e depois  fazer uma pós graduação, e depois trocar de carro, e  por unha postiça, e comprar aquela bolsa de couro legítimo, e a sandália da moda.
Sim, este é um ponto de vista de evolução. Que eu acho bem bacana. Adquirir o objeto do desejo.
Mas é mais que isso.

Eu não vim pra cá para este mundo passar trabalho, acordar as 6:30 da manhã rotineiramente, passar um dia lindo de sol dentro de uma sala, apenas para adquirir meus bens materiais.
Eu não vim pra cá só pra trabalhar, consumir e pagar. Ah, e o mais importante, ostentar (está em alta).
Eu vim pra aprender, e com este aprendizado, evoluir. A minha alma, o meu entendimento, o meu ser.
Eu vim aprender.
Aprender a conviver, a ser gentil, ser ouvinte, ser honesta, ser esforçada, a suar a camisa não só pelo dinheiro, mas pela causa.

Pra isto eu me entrego. 
Disponho-me a conhecer, a viver, a sorrir, a amar, a ajudar, a errar, a perdoar e a sentir dor.
É, dor mesmo. Porque infelizmente é na dor onde o aprendizado é redundantemente mais aprendido.
Lembra quando a mãe da gente dizia assim: "Se não aprende no amor, vai na dor".
Eu concordo. Muito embora prefira que seja no amor, na doçura, no carinho. 
Mas é na dor, no rasgar da pele, no barulho da mente inquieta, do coração apertado, é que o aprendizado é materializado pro plano real. O sentir de fato.

Abro um  parênteses pra falar brevemente sobre a dor.
Não estamos mais acostumados a sentir dor. Nem física e nem emocional.
Para a dor física, no primeiro sinal de dor de cabeça já tomamos imediatamente um analgésico.
Para a emocional, não nos damos ao direito de curtir uma fossa, de aquietar-se numa daquelas "bads" geradas por motivos tão pessoais que ás vezes você não quer falar, só sentir.
Você não tem o direito. Tem logo que reagir a toda adversidade, colocar uma roupa bem linda, sair por aí, segurar um copo na mão e sorrir, como se seu coração estivesse ali vibrante, quando na verdade ele está ali, prostrado.
Não, não devemos nos dar este direito.
"Reage bonita, o tempo voa e não devemos perde-lo com o que não deu certo e causou dor!"
Oras, será que eu posso errar? E quem sabe com isso melhorar em alguns aspectos? Infelizmente a dor nos mostra uma forma de não cometer o mesmo ato, já que não  deseja-se o mesmo resultado.
Ou você queima a roupa duas vezes no mesmo lugar quando vai passá-la?
Fecha parênteses.

E um dos caminhos da evolução é entender e aceitar este estado de impermanência.
Hoje eu posso estar com dor, mal, por algum fato externo ocorrido. 
Mas isso não perdura por todo o sempre. Até porque eu não me permito ficar no "mimimi" por longo período. Mas ele acontece. Ainda que conciso, mas acontece.
Logo você se recupera e sorri, e respira aliviada. Ah, passou!"
E "amanhã" você esta melhor e até feliz.

O que muitos chamam de bipolaridade, eu chamo de impermanência.
Porque  não há prazer e nem dor que não se acabe.
Uma vez na vida que seja, vai haver um e outro.
E aceitar isso, é aceitar-se a si, e dar-se o direito de viver pra sentir.

E evolução que me refiro, é aprender a partir de uma situação, é melhorar em você mesmo algo que lhe causa descontentamento, algo que alguém lhe disse: você  nasceu pra ser assim. É característica genética, ou do seu horóscopo, ou de outra fonte.
Mas eu posso evoluir uma caracteristica que eu não gosto em mim. Eu posso melhorar.
Também não sou somente o que acontece comigo. Eu sou o resultado daquilo que eu escolho ser.

Eu tenho o direito de associar a minha personalidade a uma forma que me faz sentir mais leve, mais realizada e mais feliz.

E eu chamo isso de evoluir.
De tratar em você aquilo que lhe desagrada, que fere ; a si e aos outros.
Evoluir para uma tirar lição e entender o porquê de uma situação ocorrer de tal forma, de aceitar uma culpa,  de resolvê-la e dissolver. De digerir o mal estar, de entender as subtrações e agradecer as adições. Esta louca matemática da vida, que oras soma, oras diminui.

É pra isto que eu vim, que você também veio.
Pra conhecer a vida e a vida em abundância. Muito mais que aquisição do material. Aquisição do seu conhecimento, de si, do porquê e do pra quê.

Talvez este tenha sido mais um vago amontoado de palavras.
Talvez.

Talvez seja um momento de compreender.