sábado, 28 de maio de 2011

Briga de leões

Aqui estou eu novamente na briga voraz entre aquilo que eu gosto de fazer e aquilo que eu deveria estar fazendo.

São dois leões dentro de mim, e os dois lutam com forças similares.
Um dia um deles enfraquece enquanto o outro golpeia. No outro dia tem a revanche.
Mas eu não me incomodo com esta batalha. Ela faz com que eu me sinta em constante movimento, e por conseguinte; viva.

Meu espírito aventureiro, ou meu lado A, é muito aguçado.
Gosto da liberdade, do ir e vir, de não me opor aos meus desejos mesmo sabendo que são despadronizados.
Porém meu racional, o lado B, fica atormentando-me a cada instante, limitando muitas das minhas vontades e as punindo, de forma a não realizá-las.
Confesso que ultimamente um lado tem tido maior relevância  em relação ao outro. E confesso ainda que eu estou gostando!

Desde que não seja ofensivo a ninguém, a forma de vida que se escolhe é aquela em que nos deve deixar o maior tempo possível FELIZ.
Como comentei em post anterior, felicidade é um estado momentâneo e não eterno. Ao menos a felicidade física.

Seria tão mais fácil seguir o roteiro imposto.
Seria tão mais cômodo e menos doloroso aceitar a oferta do maquiado "kit felicidade".
Mas prá mim não seria motivante, e por não sê-lo, não tem aceitação.

O kit felicidade?
Uma persiana de madeira que está em alta e um moderno jogo de sofá na sala, baseado numa rotina entediante, insatisfatória, mas definida pela sociedade primitiva como o modelo padrão de felicidade.
Puramente marketing de consumismo. E há quem pense que isso é fundamental pra estar de bem consigo mesmo.

E os meus leões...
Eles são alimentados a cada dia em proporções iguais, por isso tem as mesmas forças.
Um alimentado pelos prazeres incontáveis da vida e o outro por uma porção diária de coerência, sensatez e razão!

Procuro uma forma de os dois viverem em harmonia, mas é quase impossível. Eles são opostos.
E eu vivo nesta oposição , tentando manter este duelo de maneira sadia  para o próprio bem-estar.

Aqui estou eu novamente, ensaiando criar coragem de alimentar mais um que o outro, mas cada vez que os percebo, fico certa de que ainda não chegou o momento.

E para arejar minhas idéias, cito Martha Medeiros, reescrevendo Pablo Neruda
"QUEM MORRE?

Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo




Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.






Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou
Não conversa com quem não conhece.






Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, Justamente as que resgatam o brilho dos
Olhos e os corações aos tropeços.






Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto
Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, Fugir dos conselhos sensatos...






Viva hoje !
Arrisque hoje !
Faça hoje !
Não se deixe morrer lentamente !"




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